Economia

BC mantém taxa de juros em 18,5% pela terceira vez seguida

O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros inalterada em 18,5% ao ano. Mas adotou viés de baixa. É a terceira vez consecutiva que o Banco Central mantém a taxa nesse patamar. O viés de baixa que permite ao presidente do Banco Central reduzir a taxa básica de […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros inalterada em 18,5% ao ano. Mas adotou viés de baixa. É a terceira vez consecutiva que o Banco Central mantém a taxa nesse patamar.

O viés de baixa que permite ao presidente do Banco Central reduzir a taxa básica de juros antes mesmo da próxima reunião do comitê. Há exatamente um ano, na reunião do Copom de junho de 2001, foi a última vez que o BC adotou viés, exatamente em tendência de baixa. Mas Armínio Fraga, presidente do BC, não baixou os juros antes do prazo.

"Os dados recentes da inflação e as perspectivas para 2003 são favoráveis. Mas diante de um quadro conjuntural ainda adverso, o Copom decidiu por unanimidade manter a taxa Selic em 18,5% e introduzir um viés de baixa", disse o BC para justificar a decisão.

A maior parte dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Portal EXAME já esperava a manutenção da taxa devido aos acontecimentos recentes que abalaram a tranqüilidade do mercado, fizeram o dólar disparar assim como o risco-país.

Em maio, o BC já havia acenado com a possibilidade de retomar a trajetória de queda dos juros se a inflação confirmasse a tendência de queda. Apesar disso ter acontecido, diversos outros fatores adiaram mais uma vez o corte da taxa de juros Selic.

Está prevista para a próxima quarta-feira (26/6) a divulgação da ata da reunião do Copom, quando o BC divulgará as razões que o fizeram manter o juro básico em 18,5%.

As razões que foram apontadas na ata da última reunião do Copom para a manutenção da taxa de maio ainda persistem , afirmam analistas do Lloyds TSB. São elas: piora no risco-Brasil, depreciação cambial e projeções de inflação próximas ao teto estipulado pelo governo para 2002.

Para o CSFB, "a atividade econômica não seria estimulada significativamente com queda de juros no curto prazo". "O baixo ritmo da atividade econômica não seria revertido com uma queda de juros no curto prazo." O banco salienta ainda que a decisão do Banco Central de elevar a alíquota do compulsório de 10% para 15% configura um "aperto monetário" e que "dificilmente o BC daria um sinal contrário através do movimento de corte de juros."

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 16 e 17 de julho.

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