Economia

BC japonês pode não buscar tão duramente meta de inflação

Ministro disse que o governo precisa fazer com que a economia se livre da deflação para que possa elevar os impostos de venda em 2017


	Akira Amari: as declarações de Amari foram dadas após o governo concordar com um pacote de estímulos de 27 bilhões de dólares
 (Reuters)

Akira Amari: as declarações de Amari foram dadas após o governo concordar com um pacote de estímulos de 27 bilhões de dólares (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 09h20.

Tóquio - O ministro da Economia japonês, Akira Amari, abriu caminho para que o banco central do país não precise buscar tão duramente sua própria meta de inflação uma vez que as vendas generalizadas globais de commodities adiam ainda mais a perspectiva de alcançar o objetivo para os preços ao consumidor.

As declarações de Amari foram dadas após o governo concordar com um pacote de estímulos de 27 bilhões de dólares e um esboço de orçamento de 797 bilhões de dólares para o próximo ano fiscal que, políticos esperam, vai levar o crescimento econômico para um nível mais alto.

Amari também disse que o governo precisa fazer com que a economia se livre da deflação para que possa elevar os impostos de venda em 2017, levantando especulação de que o governo está buscando uma maneira de se esquivar do aperto fiscal.

As autoridades foram pegas em uma armadilha feita por elas mesmas uma vez que a meta de inflação imposta a si mesma pelo banco central tornou-se inviável e o comprometimento do governo com um imposto sobre vendas mais alto em 2017 em descompasso com os esforços para elevar a inflação.

"Se os preços ao consumidor estiverem subindo mais de 1,5 por cento, então não acho que se pode reclamar quando se fala de meta de preços", disse Amari.

O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, lançou um grande programa de estímulo em abril de 2013 para elevar os preços ao consumidor para 2 por cento em cerca de dois anos. Tanto a meta de preços quanto o tempo necessário foram definidos pelo banco sozinho.

Desde então, o banco central adiou o prazo de cumprimento da meta três vezes devido à queda dos preços do petróleo e gastos mais lentos do consumidor. A expectativa agora é de atingir a meta por volta da segunda metade do ano fiscal 2016/17, mas mesmo isso parece improvável.

O governo divulgou previsões econômicas segundo as quais espera que os preços ao consumidor subam 1,2 por cento no ano fiscal de 2016/17, destacando a dificuldade que o banco central enfrenta.

Kuroda disse recentemente que o momento para alcançar a meta de preços depende dos preços do petróleo.

Combinado com as declarações de Amari, isso mostra que as autoridades estão buscando espaço de manobra já que as opções políticas se tornam limitadas.

"As declarações de Amari vão ter um grande impacto porque isso vai diminuir as expectativas de medidas de estímulo", disse o economista sênior do Mizuho Securities Norio Miyagawa. "A mensagem do governo é que o banco central não tem que tentar muito."

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaInflaçãoJapãoPaíses ricosPreços

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor