Economia

BC importa 100 milhões de cédulas de R$ 2 da Suécia

Sem licitação, a compra foi feita em caráter de emergência para que o BC pudesse cumprir o cronograma de suprimento de cédulas do ano passado

Reais: mil cédulas de R$ 2 impressas nos arredores de Estocolmo custaram R$ 202,05 (sidneydealmeida/Thinkstock)

Reais: mil cédulas de R$ 2 impressas nos arredores de Estocolmo custaram R$ 202,05 (sidneydealmeida/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2017 às 20h06.

Brasília - Dinheiro da Suécia circula livremente no Brasil desde janeiro. Não estamos falando da coroa sueca, mas do real brasileiro, especificamente das notas azuis de R$ 2.

Cem milhões dessas cédulas foram importadas de uma empresa sueca e já estão na praça. Colecionadores de notas e moedas pagam até R$ 4,99 por essa novidade com sotaque diferente.

Em setembro do ano passado, o Banco Central estava preocupado com a capacidade da Casa da Moeda de imprimir dinheiro.

Após uma série de problemas que foram desde a quebra de equipamentos até a descoberta de um esquema de corrupção dentro da estatal para direcionar licitações, o governo editou uma Medida Provisória que autorizou o BC a importar cédulas.

Dias depois da assinatura, o BC fechou contrato com a sueca Crane AB para fornecer 100 milhões de cédulas de R$ 2 ao custo de R$ 20,2 milhões.

Sem licitação, a compra foi feita em caráter de emergência para que o BC pudesse cumprir o cronograma de suprimento de cédulas do ano passado.

A MP permite a importação sempre que a Casa da Moeda atrasar a entrega de notas ou moedas contratadas em 15%.

Responsável por colocar o real em circulação, o BC defende a operação com uma explicação bem simples: o próprio dinheiro.

Mil cédulas de R$ 2 impressas nos arredores de Estocolmo custaram R$ 202,05.

O valor é 17% menor que os R$ 242,73 pagos à Casa da Moeda por produzir o mesmo milheiro em Santa Cruz, no subúrbio do Rio de Janeiro.

Com o contrato assinado, as notas foram impressas, trazidas ao Brasil e começaram a circular em 18 de janeiro. Não houve anúncio da entrada dessas cédulas que são idênticas às produzidas no Brasil.

A novidade, porém, causou alvoroço entre os colecionadores. Em fóruns, há debate sobre locais de aparição e as características do dinheiro. Em uma página que negocia cédulas e moedas raras, há quem ofereça até R$ 4,99 por uma cédula sueca de R$ 2.

Para identificar o real estrangeiro, basta olhar a série no verso das cédulas. Se a numeração começar com "DZ", o dinheiro foi feito na Suécia.

Outra maneira é observar o canto direito onde a inscrição "Casa da Moeda do Brasil" foi substituída por "Crane AB".

Apesar de alguns pagarem ágio nas notas importadas, essas cédulas não são tão raras assim.

Segundo o BC, foram produzidas 100 milhões na Suécia e atualmente circulam 948,5 milhões de notas de R$ 2 da família criada em 2010. Então, grosso modo, uma a cada dez cédulas em circulação é sueca.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralImportaçõesRealSuécia

Mais de Economia

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bi na economia do país este ano, estima Dieese

Haddad se reúne hoje com Lira para discutir pacote de corte de gastos