Economia

BC estima dívida bruta de 74,6% do PIB em janeiro

Ainda segundo o Banco Central, no caso da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), a projeção para janeiro é de 52,2% do PIB

BC: em 2017, o déficit fiscal do setor público consolidado somou R$ 110,583 bilhões, contribuindo para elevar em 4,0 pontos porcentuais a dívida bruta (Adriano Machado/Reuters)

BC: em 2017, o déficit fiscal do setor público consolidado somou R$ 110,583 bilhões, contribuindo para elevar em 4,0 pontos porcentuais a dívida bruta (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 14h38.

Brasília - O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, informou nesta quarta-feira, 31, durante coletiva de imprensa, que a projeção para a dívida bruta em janeiro é de 74,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Em dezembro, o porcentual estava em 74,0%.

No caso da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), a projeção para janeiro é de 52,2% do PIB. Em dezembro, o porcentual foi de 51,6%.

Rocha afirmou que os cálculos foram feitos com o dólar a R$ 3,17 em janeiro, o que, se confirmado, significará uma apreciação cambial de 4,15% em relação ao visto em dezembro.

"A apreciação do câmbio eleva a dívida líquida. No caso da dívida bruta, não há efeito, porque não entram na conta os ativos cambiais", explicou o representante do BC.

Elasticidade

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central apresentou a elasticidade da DLSP ante o PIB em relação às variáveis que interferem em seu resultado.

No caso do câmbio, cada 1% de variação tem impacto imediato de 0,15 ponto porcentual (pp) em sentido oposto, o que equivale a R$ 10 bilhões.

No caso da Selic, cada 1 pp de alteração mantida por 12 meses tem reflexo de 0,38 pp na DLSP/PIB no mesmo sentido, o que representa R$ 25,2 bilhões em valores correntes.

Já cada alta ou baixa da inflação (basicamente IPCA) de 1 pp mantido por 12 meses tem impacto de 0,14 pp no mesmo sentido na DLDP/PIB, ou R$ 9,6 bilhões em valores nominais.

Atividade

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central afirmou que, para o País entrar novamente em um processo de redução do endividamento, é preciso haver crescimento da atividade e melhor desempenho fiscal. Em dezembro, a dívida líquida fechou em 51,6% e a bruta atingiu 74,0%.

Rocha lembrou que a dívida é expressa como porcentual do PIB e, por isso, o crescimento da atividade contribui para reduzir o endividamento.

"O desempenho fiscal também é importante para estabilizar a dívida", acrescentou Rocha.

Em 2017, o déficit fiscal do setor público consolidado somou R$ 110,583 bilhões, contribuindo para elevar em 4,0 pontos porcentuais a dívida bruta e 5,4 pontos porcentuais a dívida líquida.

"A dívida líquida tem crescido e quanto maior a dívida, maior o esforço para controlá-la", pontuou Rocha, ao falar sobre os riscos, para o País, do avanço do endividamento.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDívida públicaeconomia-brasileira

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor