Economia

BC chinês fica de olho no mercado num momento de preocupação

Reguladores dão sinais de preocupação sobre a possibilidade de a alta liquidez alimentar uma nova rodada de expansão arriscada de crédito


	Sede do banco central da China: BC chinês parece ter sido advertido pelo governo central por conta da maneira obscura como o aperto foi administrado
 (Yongxinge/Wikimedia Commons)

Sede do banco central da China: BC chinês parece ter sido advertido pelo governo central por conta da maneira obscura como o aperto foi administrado (Yongxinge/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2013 às 07h53.

Xangai - O Banco do Povo da China --banco central do país-- limitou as operações de liquidez pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira à medida que reguladores dão sinais de preocupação sobre a possibilidade de a alta liquidez alimentar uma nova rodada de expansão arriscada de crédito.

As taxas de empréstimos interbancários de curto prazo caíram acentuadamente desde o fim do terceiro trimestre, com a média ponderada de sete dias da taxa compromissada recuando quase 1 ponto percentual ao longo dos últimos oito pregões.

Operadores e economistas acreditam que as atuais condições de alta liquidez são um sinal do banco central após o aperto do crédito que a autoridade monetária implementou no mercado interbancário no fim de junho. Naquele momento, algumas taxas de curto prazo chegaram até a 30 por cento. O movimento foi amplamente visto como uma advertência aos bancos para conter os empréstimos mais arriscados.

A taxa de pico foi de curta duração, mas causou pânico no mercado, e o BC chinês parece ter sido advertido pelo governo central por conta da maneira obscura como o aperto foi administrado.

Agora, economistas estão preocupados que a autoridade monetária pode ter ido longe demais na direção oposta. A economia da China cresceu em seu ritmo mais rápido deste ano entre julho e setembro, em uma recuperação em grande parte alimentada pelo investimento, mas estão surgindo sinais de que a recuperação da expansão do crédito pode ter causado inflação.

A inflação anual dos preços ao consumidor subiu em setembro para o maior nível em sete meses a 3,1 por cento, de 2,6 por cento em agosto. Dados na terça-feira mostraram que os preços de imóveis residenciais novos subiram 9,1 por cento em setembro ante o ano anterior, marcando o nono mês consecutivo de aumentos anuais.


O conselheiro do Banco Central chinês Song Guoqing foi citado no jornal oficial China Securities Journal na segunda-feira, dizendo que o Banco Central poderia apertar a política monetária no quarto trimestre.

"A desaceleração do crescimento no quarto trimestre provavelmente despertará temores de um pouso forçado, mas seria bem recebida", escreveram os economistas da Capital Economics Mark Williams e Julian Evans-Pritchard. "A alimentação prolongada de crédito ao investimento é a última coisa que a China precisa agora."

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