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Bancos suíços tem reformas após a erosão do sigilo bancário

Associação Suíça de Banqueiros (ASB) prevê um movimento de consolidação e fala, inclusive, em uma "mudança estrutural" do setor

Fachada do banco Crédit Suisse é vista em 19 de maio de 2014, em Genebra: bancos suíços passam por reestruturação (Fabrice Coffrini/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 17h46.

Zurique - O fim iminente do sigilo bancário está obrigando muitos bancos suíços a revisar seu modelo de negócio para sobreviver.

Obrigados a enfrentar um duro processo de regulação de ativos ocultos, os bancos suíços vão continuar sofrendo pressão com o intercâmbio automático de informação no futuro.

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Neste contexto, a Associação Suíça de Banqueiros (ASB) prevê um movimento de consolidação e fala, inclusive, em uma "mudança estrutural" do setor.

"Cabe esperar que algumas entidades bancárias na praça suíça fechem suas portas ou sejam compradas", afirmou a associação.

Os anúncios de compras se multiplicaram recentemente, como a aquisição pelo J. Safra Sarasin da filial suíça do banco privado americano Morgan Stanley.

Julius Baer, um dos maiores bancos suíços, também comprou o banco privado com negócios na Suíça e em Luxemburgo do israelense Leumi Private Bank, enquanto o britânico Standard Chartered busca comprador para sua divisão de gestão de fortunas na Suíça. Também há rumores de que o Credit Suisse estaria interessado em comprar o próprio Julius Baer.

"Muitos bancos buscam se posicionar no modelo de banco privado do futuro", afirma Martin Schilling, diretor dos serviços financeiros na Suíça no escritório de auditoria e assessoria PWC, em uma entrevista à AFP.

Um dos nichos de crescimento se situa agora na gestão "on-shore", ou seja, no país de domicílio dos clientes.

O volume de negócio que os bancos devem alcançar para serem rentáveis é agora três vezes maior do que nas atividades baseadas na Suíça, já que a adaptação às regras de cada mercado geram gastos adicionais.

"Para sobreviver, os pequenos bancos terão que se concentrar em um pequeno número de mercados muito específicos", disse Schilling.

Como a relojoaria suíça

Uma das alternativas a seguir poderia ser desistir de suas licenças bancárias e se transformar em gestores de ativos, o que os permitiria se beneficiar de uma legislação mais flexível.

Segundo Schilling, o número de bancos estrangeiros vai diminuir, afetados pelo programa de regulação dos Estados Unidos, que os obriga a repensar na sua presença na Suíça.

O PWC estimou que o número de bancos privados na Suíça pode cair em torno de 20% com o tempo.

"É um setor que demora muito para mudar", constatou Osmond Plummer, professor da Universidade Europeia de Genebra, que considera que os bancos não poderão depender exclusivamente de sua reputação.

Com a Internet, os clientes podem comparar os resultados de seus bancos mais facilmente e se perguntar se estão dispostos a pagar mais quando podem simplesmente ir para uma outra instituição que cobre menos.

Osmond Plummer compara a situação atual à de um relojoeiro suíço dos anos 1970, que se viu fortemente afetado pelos relógios asiáticos. Ele recuperou terreno com o impulso da Swatch, célebre marca de relógios de plástico coloridos, para depois se concentrar no segmento de luxo. Mas, para as entidades menores, a tarefa de se reinventar pode ser mais difícil.

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