Banco Central atende expectativa e eleva taxa Selic a 3,5% ao ano
O Comitê de Política Monetária da instituição, que aumentou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual indicou que deve realizar outra elevação da mesma magnitude na próxima reunião
Fabiane Stefano
Publicado em 5 de maio de 2021 às 18h42.
Última atualização em 5 de maio de 2021 às 20h04.
O Comitê de Política Monetária ( Copom ) do Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic para 3,5% nesta quarta-feira, 5. A elevação da taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual em relação à anterior, de 2,75%, ocorre em contexto de pressão inflacionária.
O aumento de hoje foi o segundo consecutivo. Na reunião de março, quando elevou a taxa a 2,75%, o comitê já havia sinalizado que faria um novo aumento no encontro seguinte. A última decisão surpreendeu economistas, que previam ajuste menor na taxa, para 2,5%.
O comunicado sinalizou a previsão de um novo ajuste de mesma magnitude para a próxima reunião, que ocorre daqui a 45 dias. No documento divulgado nesta quarta, o Copom afirmou "ser apropriada uma normalização parcial da taxa de juros, com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica."
A expectativa do aumento da taxa fez com que a Bolsa operasse em alta nesta quarta e o dólar apresentasse queda ante o real e fechasse a R$ 5,3680.
No documento, o BC aponta que os indicadores econômicos tiveram evolução "mais positiva do que o esperado", apesar da segunda onda. "A incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia ainda permanece acima da usual, mas aos poucos deve ir retornando à normalidade", diz o comunicado.
No último boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda, as expectativas para a Selic estavam em 5,5% para o término deste ano e 6,25% para o fim de 2022.
Inflação
O Banco Central também atualizou as projeções para a inflação. No cenário básico, a projeção da inflação de 2021 foi de 5% para 5,1%. A previsão para 2022, foi de 3,5% para 3,4%.
O centro da meta de inflação do BC para 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto. Para 2023, a meta é de inflação de 3,25%.
No documento, o comitê destacou a que os preços internacionais de commodities continuam em alta, com impacto sobre projeções de preços. A avaliação é que a inflação deve se manter pressionada no curto prazo, mas que os choques são temporários. "O Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue atento à sua evolução", diz o comunicado.
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