Economia

Auxílio emergencial: Bolsonaro diz que vetará extensão no valor de R$600

De acordo com o presidente, uma prorrogação do valor cheio do auxílio irá aumentar excessivamente o endividamento do país

Bolsonaro: "A gente não pode gastar mais 100 bilhões de reais. Eu gostaria que fosse possível", afirmou (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: "A gente não pode gastar mais 100 bilhões de reais. Eu gostaria que fosse possível", afirmou (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de junho de 2020 às 07h00.

Última atualização em 12 de junho de 2020 às 10h11.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que há consenso com a equipe econômica para o pagamento de mais parcelas da renda emergencial a vulneráveis mas alertou que ela não será de 600 reais e que o valor será vetado, caso seja aprovado pelo Congresso.

Segundo ele, uma prorrogação do valor cheio da renda irá aumentar excessivamente o endividamento do país.

"Duas parcelas já houve consenso com a equipe econômica", disse, em live do presidente em sua conta no Facebook.

"A parcela não seria de 600, a gente não pode gastar mais 100 bilhões de reais. Não tem como. Eu gostaria que fosse possível", afirmou.

Bolsonaro defendeu que é necessário que os Três Poderes tenham responsabilidade, porque "se o Brasil quebrar, não tem para ninguém".

"Vamos supor que chegue a uma proposta de duas (parcelas) de 300 (reais). Se a Câmara passar para 400, 500, ou voltar para 600, qual vai ser a decisão minha para que o Brasil não quebre?", questionou.

"É o veto", completou, voltando a cobrar que governadores e prefeitos flexibilizem as regras de distanciamento e isolamento social --medidas de contenção da disseminação do novo coronavírus-- para que a atividade econômica seja retomada.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem declarado a tendência, entre deputados, favorável a mais duas parcelas de 600 reais. Também tem martelado, no entanto, que os parlamentares estão abertos à negociação com o governo.

FAKE NEWS

Ao comentar sobre o Judiciário, Poder com quem tem protagonizado embates, Bolsonaro avaliou que, no seu "entendimento", "interfere em muitas ações" que não deveria.

O presidente aproveitou a transmissão ao vivo para cobrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) também promova ações de busca e apreensão contra parlamentares contrários a ele no âmbito de inquérito que apura possível associação criminosa de disseminação de fake news, que contaria, inclusive, com o financiamento de empresários.

Ação da Polícia Federal no fim de maio autorizada pelo STF cumpriu mandados de busca e apreensão contra aliados e apoiadores do presidente.

Bolsonaro também comentou ações em análise no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), movidas pelas chapas presidenciais encabeçadas por Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL) em casos referentes a um ataque de hackers de uma página no Facebook intitulada "Mulheres Unidas contra Bolsonaro".

"Espera aí, oh, TSE, alguém hackeou uma página lá e quem tem que ser cassado sou eu, pô? Não tem cabimento uma coisa dessa aí", afirmou.

Para ele, as ações, que tiveram sua análise adiada na última terça-feira por um pedido de vista, deveriam ser arquivadas e deixam claro o intuito da tentativa de "querer decidir no tapetão".

Considerou ainda exagerada qualquer decisão de cassação de uma chapa por conta de um hacker e ironizou que o responsável pelo ataque à página seria um "gênio" se com essa invasão tivesse a capacidade de interferir nas eleições.

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