Economia

Automóveis impulsionam indústria brasileira

Por Pedro Fonseca RIO DE JANEIRO, 2 de dezembro (Reuters) - A produção industrial brasileira cresceu acima da média em outubro na comparação com o mês anterior, mostrando uma melhora generalizada entre os setores, destacando-se a atividade de automóveis e o bom desempenho de bens de capital. Em mais um sinal positivo, o dado de […]

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2009 às 13h32.

Por Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO, 2 de dezembro (Reuters) - A produção industrial brasileira cresceu acima da média em outubro na comparação com o mês anterior, mostrando uma melhora generalizada entre os setores, destacando-se a atividade de automóveis e o bom desempenho de bens de capital. Em mais um sinal positivo, o dado de setembro foi significativamente revisto para cima.

A produção da indústria brasileira cresceu 2,2 por cento em outubro sobre setembro e declinou 3,2 por cento ante igual mês de 2008, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira.

O crescimento de outubro ficou acima da média da indústria nos últimos 10 meses, que era de 1,8 por cento. A taxa anual está em queda há 12 meses, mas em outubro teve o menor recuo do período. Ainda assim, o setor ainda registra perda de 5,7 por cento na comparação com setembro de 2008, mês que marca o pico da indústria nacional antes da crise econômica global.

"Reduzir ritmo de queda também é recuperação, e isso foi o que aconteceu", disse a jornalistas a economista do IBGE Isabella Nunes. "Estamos há um ano sofrendo os efeitos da crise econômica internacional, embora esse 3,2 por cento seja o menor recuo desse período."

Segundo o IBGE, atualmente a indústria brasileira se encontra nos mesmos níveis de produção registrados entre setembro e outubro de 2007. No auge da crise, esse nível chegou aos patamares de meados de 2004.

O aumento no ritmo de atividade em outubro foi disseminado entre os setores industriais, atingindo 21 dos 27 ramos pesquisados. Os destaques de alta entre esses setores foram Veículos automotores (11,2 por cento), Alimentos (3 por cento), Bebidas (4 por cento) e Metalurgia básica (2,6 por cento).

Nove setores estão operando a patamares superiores aos registrados no pré-crise, com uma presença forte de ramos que produzem predominantemente para o mercado interno. Os destaques ficaram por conta de Perfumaria e Bebidas, com saldo positivo de 9 por cento e 11,3 por cento, respectivamente, na comparação entre outubro de 2009 e setembro de 2008.

"Ao longo de 2009 houve uma preocupação do governo de estimular o consumo interno em função das perdas no mercado externo. O mercado interno, embora o mercado de trabalho tenha sentido um pouco, segurou o crescimento da indústria", disse a economista.

AUTOMÓVEIS

Entre as categorias de uso, mês a mês as maiores taxas de crescimento foram de bens de capital e de bens de consumo duráveis, ambos com 5,9 por cento, seguidos por bens de consumo semi e não duráveis, com 1,3 por cento, e bens intermediários, com 1,2 por cento.

Na comparação com outubro de 2008, 18 dos 27 setores tiveram declínio da produção, sendo os destaques negativos Máquinas e equipamentos (-13,7 por cento) e Metalurgia básica (-10,3 por cento.

Por outro lado, nas categorias de uso, bens de consumo duráveis registrou alta de 2,8 por cento, interrompendo doze meses de queda, impulsionado especialmente pelos automóveis, que tiveram um crescimento de 9,7 por cento em relação a outubro de 2008, seu primeiro ganho anual de 2009.

A atividade de bens de capital teve a maior queda, de 16,8 por cento, seguida por bens de consumo semi e não duráveis, com recuo de 0,7 por cento, e por bens intermediário, com baixa de 2,5 por cento.

O IBGE ressaltou que a diferença de dois dias úteis a menos em outubro de 2009 em relação a 2008 teve impacto sobre a categoria de bens de consumo. Numa hipótese descontando essa diferença, o crescimento dos bens de consumo duráveis passaria a 4,7 por cento em vez de 2,8 por cento. No caso dos semi e não-duráveis, haveria crescimento de 0,3 por cento ante recuo de 0,7 por cento.

O indicador de média móvel trimestral subiu 1,8 por cento em outubro sobre setembro, mesma taxa apurada no mês anterior.

"O desempenho positivo da atividade industrial em outubro confirmou a trajetória ascendente do índice de média móvel trimestral observada nos últimos oito meses," segundo o instituto.

No acumulado do ano, a atividade industrial registra queda de 10,7 por cento e nos últimos 12 meses tem recuo de 10,6 por cento.

O IBGE revisou para cima o dado de atividade em setembro, de uma alta inicialmente divulgada de 0,8 por cento sobre agosto para expansão de 1,8 por cento.

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