Economia

Aumento de preço puxa queda nas vendas do varejo

As três atividades que puxaram para baixo o resultado do volume vendido em fevereiro tiveram impacto do encarecimento dos produtos comercializados


	Se por um lado a inflação de alimentos se agravou, prejudicando o setor de supermercados, o impacto dos preços foi ainda mais sentido no setor de combustíveis
 (USP Imagens)

Se por um lado a inflação de alimentos se agravou, prejudicando o setor de supermercados, o impacto dos preços foi ainda mais sentido no setor de combustíveis (USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 13h41.

Rio de Janeiro - Os aumentos de preços que vêm pressionando a inflação estão por trás também da queda nas vendas do comércio varejista.

As três atividades que puxaram para baixo o resultado do volume vendido em fevereiro tiveram impacto do encarecimento dos produtos comercializados, segundo Aleciana Gusmão, técnica da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As três maiores contribuições para a redução de 0,2% nas vendas do varejo em fevereiro ante fevereiro de 2012 foram da atividade de supermercados (-1,0 ponto porcentual), móveis e eletrodomésticos (-0,1 ponto porcentual) e combustíveis e lubrificantes (-0,1 ponto porcentual). "A demanda está diminuindo porque o preço está subindo", disse a técnica do IBGE. "É o efeito da inflação se sobrepondo sobre o efeito renda", acrescentou.

Aleciana ressaltou que os preços da alimentação no domicílio acumularam uma alta de 13,9% nos 12 meses terminados em fevereiro, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo que, nos 12 meses até janeiro, essa taxa havia ficado em 12%.

Aleciana lembra que houve efeito de uma base de comparação elevada, já que o reajuste maior no salário mínimo no mesmo período do ano passado tinha elevado as vendas em 13,3%.


Se por um lado a inflação de alimentos se agravou, prejudicando o setor de supermercados, o impacto dos preços foi ainda mais sentido no setor de combustíveis. No acumulado em 12 meses até fevereiro, o aumento nos combustíveis foi de 4,72%.

No entanto, a variação nos preços dos combustíveis foi de 3,6% apenas em fevereiro. "Só este ano a gente já teve dois reajustes de combustíveis", disse a técnica do IBGE.

O coordenador de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, lembrou ainda que o aumento de combustíveis também tem impacto na atividade de supermercados, à medida que torna o frete mais caro.

"Por causa do aumento dos combustíveis, o frete ficou mais caro e tem impacto no preço dos alimentos. Os fretes já estão até 50% mais caros", disse Pereira, lembrando também de uma alteração na lei que regula a jornada de caminhoneiros, que agora são obrigados a descansar entre as jornadas de trabalho.

Acompanhe tudo sobre:ComércioInflaçãoPreçosVarejo

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame