Economia

Aumento da Selic é preciosismo, diz ex-diretor do BC

O Banco Central está agindo com muito preciosismo ao aumentar a taxa básica de juros para levar a inflação para 4,5% em 2016, disse Luís Eduardo Assis


	Sede do Banco Central: o Copom elevou a taxa de juros de referência da economia em 0,50 ponto porcentual, para 14,25% ao ano
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Sede do Banco Central: o Copom elevou a taxa de juros de referência da economia em 0,50 ponto porcentual, para 14,25% ao ano (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 22h17.

São Paulo - O Banco Central (BC) está agindo com muito preciosismo ao aumentar a taxa básica de juros (Selic) para levar a inflação para 4,5% em 2016, disse nesta quarta-feira, 30, o ex-diretor de Política Monetária da autarquia Luís Eduardo Assis.

O Comitê de Política Monetária (Copom) acaba de anunciar a elevação da taxa de juros de referência da economia em 0,50 ponto porcentual, para 14,25% ao ano.

A decisão de elevar a Selic foi tomada por unanimidade, mas o diretor de Assuntos Internacionais, Tony Volpon, se absteve de participar da reunião de hoje.

No último dia 20, em evento em São Paulo, Volpon, disse que continuaria votando pela alta da Selic e que era contra gradualismo em política monetária porque gradualismo sempre falha.

"Eu acho que a taxa de juro não deveria ter sido aumentada porque a expectativa de inflação para o ano que vem está em 5,4% na Focus. É uma queda extremamente grande se comparada à inflação esperada para 2015", disse Assis.

A mediana da Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano está em 9,23%.

Para o ex-diretor, as variáveis econômicas só têm piorado. Ele cita como exemplo o desemprego, que em junho atingiu 6,9% da População Economicamente Ativa (PEA) segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o economista, o aumento dos juros só contribui para aumentar a dívida pública. "O que se paga de juros sobre a dívida por mês é maior do que se gasta com o Bolsa Família ao longo de um ano", criticou.

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