Economia

Copom vê piora no cenário externo e inflação menor

O Comitê surpreendeu no último dia 31, ao cortar a Selic em 0,50%

O cenário prospectivo para inflação "acumulou sinais favoráveis" nas últimas semanas, segundo o Copom (Agência Brasil)

O cenário prospectivo para inflação "acumulou sinais favoráveis" nas últimas semanas, segundo o Copom (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2011 às 09h37.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira, por meio da ata da sua última reunião no final de agosto, que o cenário prospectivo para inflação "acumulou sinais favoráveis" nas últimas semanas.

O documento também trouxe que o cenário internacional apresentou "substancial deterioração" desde a reunião anterior, em julho, o que contribuirá para a moderação da atividade doméstica e, consequentemente, para a inflação.

"O comitê avalia que o cenário internacional manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante", trouxe o documento.

No último dia 31, o Copom surpreendeu o mercado ao reduzir a Selic em 0,50 ponto percentual, para 12 por cento ao ano, interrompendo um ciclo de cinco altas seguidas que somou 1,75 ponto percentual. Boa parte do mercado esperava que a autoridade monetária manteria a taxa básica de juros em 12,50 por cento.

A autoridade monetária informou ainda que a transmissão do ambiente externo pode se materializar por diversos canais, como moderação do fluxo de investimento, condições de crédito mais restritivas e na piora no sentimento de consumidores e empresários.

O Copom argumentou ainda que neste trimestre encerra o ciclo de elevação da inflação acumulada em 12 meses e que, a partir do quatro trimestre, o cenário indica tendência declinante. "Ou seja, passa a se deslocar na direção da trajetória de metas", referindo-se à meta oficial de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

As projeções de inflação para 2012, tanto no cenário de referência quanto de mercado, foram reduzidas agora, "posicionando-se ao redor do centro da meta."

O Copom informou ainda que, de maneira unânime, reconhece que o ambiente macroeconômico mudou "substancialmente" desde sua reunião de julho, mas dois dos sete membros do comitê avaliaram que o momento atual ainda não oferece todas as condições necerssárias para que a Selic fosse reduzida.

Esses dois membros vortaram pela manutenção da taxa, enquanto que os demais, pelo corte de 0,50 ponto percentual.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomInflaçãoJurosMercado financeiro

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação