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Argentina adiantará US$ 6,7 bilhões por título de 2015

O governo argentino anunciou que irá pagar adiantado 6,7 bilhões de dólares por título que vencerá em outubro do ano que vem

Ministro argentino da Economia, Axel Kicillof: objetivo é iniciar a negociação com fundos especulativos (Daniel Garcia/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 19h04.

Buenos Aires - A Argentina anunciou nesta quinta-feira o pagamento adiantado de 6,7 bilhões de dólares por um título que vencerá em outubro de 2015, como sinal de força em meio ao litígio com fundos especulativos nos Estados Unidos .

O pagamento será financiado em parte com uma nova emissão da dívida. A negociação será voluntária e disponível a partir da semana que vem.

O objetivo do governo é iniciar a negociação com os fundos especulativos que conseguiram na justiça americana uma sentença favorável à cobrança de 1,3 bilhão de dólares pela dívida em moratória.

A Argentina se nega a cumprir a decisão do juiz de Nova York Thomas Griesa sob o argumento de que isso implica quebrar uma cláusula das renegociações de 2005 e 2010, que vence no dia 31 de dezembro e obriga o país a equiparar pagamentos a todos os credores. Após essa data, a Argentina estará livre para negociar com os fundos.

"Vamos pagar de forma voluntária e antecipada o (bônus) Boden 2015. Isso acontecerá entre 10 e 12 de dezembro", disse o ministro da Economia, Axel Kicillof, em coletiva de imprensa.

"Os que têm esses títulos que vencem no ano que vem por 6,7 bilhões podem vir, que o Estado os comprará por um preço similar ao de mercado, de 97 dólares por cada 100 dólares de valor nominal", explicou Kicillof.

Kicillof afirmou que a renegociação desses títulos será feita em dinheiro e ao valor de mercado, uma decisão que busca demostrar "vontade e capacidade de pagamento".

Jogada política

"Esta jogada é política mais do que econômica e demonstra quão difícil será a negociação a partir de janeiro", disse à AFP o economista Ramiro Castiñeira, da consultoria Econométrica.

"A medida ajuda a Argentina a negociar com menos pressão para um acordo rápido, já que as dívidas de 2015 estarão pagas e isso lhe dará mais força na mesa de negociação", opinou.

A oferta do governo inclui a possibilidade de renegociar os bônus por seu valor de mercado em dinheiro, ou de trocar por títulos com vencimento em 2024.

O ministro anunciou uma nova emissão de títulos por 3 bilhões de dólares "para que os credores possam investir no país".

Trata-se do mesmo título que a Argentina emitiu para pagar 5,4 bilhões de dólares à espanhola Repsol pela nacionalização da petrolífera YPF em maio do passado.

2015 ou 2016?

Embora o ministro tenha considerado que a medida busca "impedir as manobras especulativas" em torno do preço dos títulos argentinos, Castiñeira considerou que a especulação "é bem mais política".

O ministro em sua apresentação admitiu que os Boden 15 são avaliados "abaixo de outros títulos (soberanos argentinos) que vencem bem depois", o que atribuiu a "manobras especulativas".

"Os fundos especulativos sabem que se não entrarem em um acordo com esse governo antes do final de 2015, eles terão que negociar com o próximo em 2016 e alguns candidatos da oposição como (o direitista Mauricio) Macri já anteciparam que, se forem governo, pagarão tudo o que devem. Então, por que correr para fechar um acordo antes?" - perguntou.

A Argentina realizará suas eleições presidenciais em outubro de 2015 e há pouco mais de um ano a oposição se apresenta polarizada e o governo não tem um candidato respaldado pela presidente Cristina Kirchner.

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O pagamento será financiado em parte com uma nova emissão da dívida. A negociação será voluntária e disponível a partir da semana que vem.

O objetivo do governo é iniciar a negociação com os fundos especulativos que conseguiram na justiça americana uma sentença favorável à cobrança de 1,3 bilhão de dólares pela dívida em moratória.

A Argentina se nega a cumprir a decisão do juiz de Nova York Thomas Griesa sob o argumento de que isso implica quebrar uma cláusula das renegociações de 2005 e 2010, que vence no dia 31 de dezembro e obriga o país a equiparar pagamentos a todos os credores. Após essa data, a Argentina estará livre para negociar com os fundos.

"Vamos pagar de forma voluntária e antecipada o (bônus) Boden 2015. Isso acontecerá entre 10 e 12 de dezembro", disse o ministro da Economia, Axel Kicillof, em coletiva de imprensa.

"Os que têm esses títulos que vencem no ano que vem por 6,7 bilhões podem vir, que o Estado os comprará por um preço similar ao de mercado, de 97 dólares por cada 100 dólares de valor nominal", explicou Kicillof.

Kicillof afirmou que a renegociação desses títulos será feita em dinheiro e ao valor de mercado, uma decisão que busca demostrar "vontade e capacidade de pagamento".

Jogada política

"Esta jogada é política mais do que econômica e demonstra quão difícil será a negociação a partir de janeiro", disse à AFP o economista Ramiro Castiñeira, da consultoria Econométrica.

"A medida ajuda a Argentina a negociar com menos pressão para um acordo rápido, já que as dívidas de 2015 estarão pagas e isso lhe dará mais força na mesa de negociação", opinou.

A oferta do governo inclui a possibilidade de renegociar os bônus por seu valor de mercado em dinheiro, ou de trocar por títulos com vencimento em 2024.

O ministro anunciou uma nova emissão de títulos por 3 bilhões de dólares "para que os credores possam investir no país".

Trata-se do mesmo título que a Argentina emitiu para pagar 5,4 bilhões de dólares à espanhola Repsol pela nacionalização da petrolífera YPF em maio do passado.

2015 ou 2016?

Embora o ministro tenha considerado que a medida busca "impedir as manobras especulativas" em torno do preço dos títulos argentinos, Castiñeira considerou que a especulação "é bem mais política".

O ministro em sua apresentação admitiu que os Boden 15 são avaliados "abaixo de outros títulos (soberanos argentinos) que vencem bem depois", o que atribuiu a "manobras especulativas".

"Os fundos especulativos sabem que se não entrarem em um acordo com esse governo antes do final de 2015, eles terão que negociar com o próximo em 2016 e alguns candidatos da oposição como (o direitista Mauricio) Macri já anteciparam que, se forem governo, pagarão tudo o que devem. Então, por que correr para fechar um acordo antes?" - perguntou.

A Argentina realizará suas eleições presidenciais em outubro de 2015 e há pouco mais de um ano a oposição se apresenta polarizada e o governo não tem um candidato respaldado pela presidente Cristina Kirchner.

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