Economia

Arcabouço fiscal será divulgado nesta semana e reunião "conclusiva" ocorre amanhã, diz Haddad

O ministro da Fazenda afirmou que terá "reunião conclusiva" na quarta-feira com a Casa Civil e com o presidente Lula sobre a nova regra fiscal

Haddad: anúncio da regra fiscal nesta semana (José Cruz/Agência Brasil)

Haddad: anúncio da regra fiscal nesta semana (José Cruz/Agência Brasil)

Carolina Riveira
Carolina Riveira

Repórter de Economia e Mundo

Publicado em 28 de março de 2023 às 14h17.

Última atualização em 28 de março de 2023 às 15h50.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 28, que o novo arcabouço fiscal será divulgado ainda nesta semana. O martelo será batido na quarta-feira, 29, em reunião de Haddad com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Haddad falou sobre o tema a jornalistas no Ministério da Fazenda no início da tarde. O ministro afirmou que a reunião será "conclusiva" sobre a regra fiscal.

A reunião foi marcada para amanhã em virtude de um quadro de saúde leve de Rui Costa, que permaneceu na Bahia durante o dia. O horário da reunião de quarta-feira ainda precisa ser definido, segundo Haddad. Por isso, o ministro disse que não se sabe se a divulgação será feita já na quarta-feira, mas que é certeza que o anúncio ocorre nesta semana.

"Portanto, esta semana, nós vamos divulgar", disse.

"A lei propriamente tem um prazo para ser encaminhada, que é o dia 15 de abril, em virtude que ela tem de estar compatível com a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias]. Mas isso não nos impede de já dizer qual vai ser a nova regra fiscal", afirmou Haddad.

O que há na nova regra fiscal

A proposta de novo arcabouço foi apresentada pela equipe da Fazenda a Lula e ministros há uma semana, mas o texto está em debates internos no governo desde então. Lula havia dito que faltavam "detalhes" e, por isso, o anúncio oficial só ocorreria após a volta da comitiva brasileira de viagem à China na próxima semana.

Com o cancelamento do compromisso diante de um quadro de pneumonia do presidente, no entanto, a divulgação ganhou espaço para ser antecipada.

Membros da equipe econômica têm se pronunciado ao longo da última semana sobre o arcabouço, embora sem apresentar detalhes mais específicos. O que se sabe é que a regra terá medidas anticíclicas em modelo diferente do atual teto de gastos, como afirmou ontem o secretário executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, além de possibilidade de zerar o déficit primário já em 2024.

Nesta semana, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, chegou a dizer que a regra deve "agradar a todos", citando os defensores de maior responsabilidade fiscal e, do outro lado, vozes mais "expansionistas" no governo. "Estou confiante que vai ser aprovado no Congresso", disse a ministra.

No Congresso, a nova regra precisa ser aprovada via lei complementar, que exige maioria simples (uma vitória do governo na tramitação da PEC de Transição no ano passado, que fez com que a regra não mais precisasse ser uma emenda constitucional aprovada por dois terços dos parlamentares).

O prazo oficial para apresentação da regra pelo governo era agosto, mas a Fazenda decidiu antecipar a apresentação para antes da LDO, de modo a introduzir o tema no debate do Orçamento nos próximos meses.

 

Acompanhe tudo sobre:Novo arcabouço fiscal

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor