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Apetite de banco estrangeiro pelo mercado brasileiro cai

163 mantiveram as atividades no país - uma retração de 30,04%

Bovespa: a crise internacional somada à expansão agressiva dos bancos públicos motivaram a queda (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 11h04.

Brasília - Bancos estrangeiros têm desmontado operações e reduzido a exposição no mercado brasileiro, segundo dados do Banco Central . A estatísticas revelam que das 233 instituições que tinham participações no Brasil até agosto de 2009, 163 mantiveram as atividades no País - uma retração de 30,04%.

O recuo, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, é explicado pela crise internacional somada à expansão agressiva dos bancos públicos, à fraqueza econômica e à percepção de falta de previsibilidade no País. Esses fatores foram determinantes para a mudança de estratégia e a saída das instituições do Brasil.

Uma fonte que atua na intermediação do ingresso de bancos estrangeiros no Brasil avalia que o mercado perdeu força nos últimos anos. No BC, haveria, inclusive, uma lista com cerca de 20 instituições estrangeiras que queriam operar no País.

Seriam bancos asiáticos, principalmente coreanos e chineses, e alguns europeus. Questionado, o BC afirmou que não comentaria o assunto, informou a assessoria de imprensa.

Entre os bancos com controle ou participação estrangeira, 34 são de origem americana, 28, de Portugal, 19, dos Países Baixos e 15, da França. Em 2012, os Estados Unidos tinham 47 instituições e os franceses, 17.

Economista da consultoria Lopes Filho, o especialista em bancos João Augusto Salles explica que muitos bancos estrangeiros teriam interesse em atuar como banco de investimento no Brasil, mas as oportunidades têm se mostrado limitadas, sem empresas abrindo capital e menor número de emissão de debêntures (títulos de dívida privados).

"Depois da crise financeira de 2008, os bancos se reestruturaram globalmente, Houve enxugamento. No Brasil, os bancos são muito fortes e bem administrados, tornando difícil concorrer no varejo", diz Salles.

Ritmo lento

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que parte das operações que interessam aos bancos de investimentos esfriou neste ano. As emissões de debêntures, por exemplo, registraram recuo de 7,23% no acumulado até agosto.

No mercado de ações, houve dez aberturas de capital no ano passado, com emissões primárias de R$ 15,8 bilhões. Neste ano, não ocorreu nenhuma abertura. O mesmo se deu com ofertas subsequentes (follow-ons), que passaram de sete operações nos primeiros oito meses do ano para apenas uma em 2014.

Na avaliação da Anbima, as ofertas de ações continuaram suspensas em agosto, a despeito da forte valorização dos ativos na bolsa no mês. "Além da influência do cenário doméstico, essa interrupção foi potencializada pelo período de férias no Hemisfério Norte e a menor participação de investidores estrangeiros, bastante ativos nesse mercado", avalia a associação em seu boletim mensal de mercado de capitais.

Roberto Luís Troster, economista e especialista em bancos, pondera que esse movimento é parte da estratégia de mercado e é adequada ao momento. "Depois da crise, muitos bancos lá fora tiveram problemas e deixaram de operar não só no Brasil como também nos Estados Unidos. A crise mudou muito a estratégia para as instituições", observa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Bancos estrangeiros têm desmontado operações e reduzido a exposição no mercado brasileiro, segundo dados do Banco Central . A estatísticas revelam que das 233 instituições que tinham participações no Brasil até agosto de 2009, 163 mantiveram as atividades no País - uma retração de 30,04%.

O recuo, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, é explicado pela crise internacional somada à expansão agressiva dos bancos públicos, à fraqueza econômica e à percepção de falta de previsibilidade no País. Esses fatores foram determinantes para a mudança de estratégia e a saída das instituições do Brasil.

Uma fonte que atua na intermediação do ingresso de bancos estrangeiros no Brasil avalia que o mercado perdeu força nos últimos anos. No BC, haveria, inclusive, uma lista com cerca de 20 instituições estrangeiras que queriam operar no País.

Seriam bancos asiáticos, principalmente coreanos e chineses, e alguns europeus. Questionado, o BC afirmou que não comentaria o assunto, informou a assessoria de imprensa.

Entre os bancos com controle ou participação estrangeira, 34 são de origem americana, 28, de Portugal, 19, dos Países Baixos e 15, da França. Em 2012, os Estados Unidos tinham 47 instituições e os franceses, 17.

Economista da consultoria Lopes Filho, o especialista em bancos João Augusto Salles explica que muitos bancos estrangeiros teriam interesse em atuar como banco de investimento no Brasil, mas as oportunidades têm se mostrado limitadas, sem empresas abrindo capital e menor número de emissão de debêntures (títulos de dívida privados).

"Depois da crise financeira de 2008, os bancos se reestruturaram globalmente, Houve enxugamento. No Brasil, os bancos são muito fortes e bem administrados, tornando difícil concorrer no varejo", diz Salles.

Ritmo lento

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que parte das operações que interessam aos bancos de investimentos esfriou neste ano. As emissões de debêntures, por exemplo, registraram recuo de 7,23% no acumulado até agosto.

No mercado de ações, houve dez aberturas de capital no ano passado, com emissões primárias de R$ 15,8 bilhões. Neste ano, não ocorreu nenhuma abertura. O mesmo se deu com ofertas subsequentes (follow-ons), que passaram de sete operações nos primeiros oito meses do ano para apenas uma em 2014.

Na avaliação da Anbima, as ofertas de ações continuaram suspensas em agosto, a despeito da forte valorização dos ativos na bolsa no mês. "Além da influência do cenário doméstico, essa interrupção foi potencializada pelo período de férias no Hemisfério Norte e a menor participação de investidores estrangeiros, bastante ativos nesse mercado", avalia a associação em seu boletim mensal de mercado de capitais.

Roberto Luís Troster, economista e especialista em bancos, pondera que esse movimento é parte da estratégia de mercado e é adequada ao momento. "Depois da crise, muitos bancos lá fora tiveram problemas e deixaram de operar não só no Brasil como também nos Estados Unidos. A crise mudou muito a estratégia para as instituições", observa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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