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Apesar do recuo em julho, IPC-S preocupa, diz professor

"É uma boa desaceleração, mas em termos absolutos é elevado para esta época do ano", diz Paulo Picchetti, da Fundação Getulio Vargas

De acordo com Picchetti, a mesma história aconteceu com a medida dos núcleos, que saiu de 0,71% em junho e foi para 0,58% no mês passado (spijker/Creative Commons)
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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2015 às 16h31.

São Paulo - O arrefecimento no ritmo de alta do Índice de Preços ao Consumidor Semanal ( IPC-S ) em julho, para 0,53%, após 0,82% em junho, é uma boa notícia, mas ainda é preocupante, pois está acima da taxa registrada neste período em anos anteriores, avaliou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o coordenador do IPC-S, o professor Paulo Picchetti, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

"É uma boa desaceleração, mas em termos absolutos é elevado para esta época do ano. Nos últimos cinco anos, em três deles houve deflação. É um mês historicamente de inflação mais baixa", afirmou. No sétimo mês de 2014, o IPC-S teve alta de 0,10%. Já em julho de 2012 (-0,17%), de 2011 (-0,04%) e de 2010 (-0,21%) houve recuo.

De acordo com Picchetti, a mesma história aconteceu com a medida dos núcleos, que saiu de 0,71% em junho e foi para 0,58% no mês passado.

"Também, em termos absolutos, está alto. Além disso, o acumulado em 12 meses subiu. Era de 7,16% e foi para 7,34%", analisou.

"Ou seja, tanto o número mensal é elevado como no acumulado de 12 meses fica claro que a pressão não fica restrita somente aos reajustes de energia", completou. Já o IPC-S acumulou variação de 9,61% em 12 meses até julho e de 6,98% no ano.

O indicador de difusão - que mede o quanto a alta de preços está espalhada - também perdeu fôlego em julho, ao atingir 68,53%, na comparação com 75,29%, de acordo com a FGV.

"Corrobora a ideia dos núcleos. É positivo em termos de variação, mas ainda mostra que a inflação ainda não está em zona confortável", reforçou Picchetti.

Previsão

A expectativa do economista da FGV é de que o IPC-S de agosto deste ano desacelere para 0,40%, depois da taxa de 0,53% em julho. Picchetti espera que os preços dos alimentos fiquem mais brandos e ajudem no processo de arrefecimento, a despeito da estimativa de novas pressões de energia elétrica e de passagens aéreas.

"Na ponta (pesquisas mais recentes), passagem aérea, que ajudou em julho, ao cair 16,66%, está subindo mais de 10%. Um item que ajudou, não deve ajudar mais", explicou.

A despeito da previsão de 0,40% para o IPC-S de agosto ser inferior à de julho, se confirmada, será maior que a de 0,12% apurada no oitavo mês de 2014, e irá corroborar o cenário adverso da inflação neste ano.

Para o fechamento de 2015, Picchetti manteve a projeção de alta de 8,60% para o IPC-S. Para que o número se confirme, o índice mensal tem de apresentar uma taxa média de cerca de 0,30% nos próximos meses, com exceção do oitavo mês.

"A projeção de agosto já está acima dessa marca. É preciso que tenha uma mudança de comportamento de preço para que a taxa esperada para agosto não se confirme", afirmou.

De acordo com Picchetti, "com exceção de agosto, os outros quatro meses foram todos relativamente de IPC-S elevado. A aposta é que se tenha uma trajetória contrária em 2015. Se ocorrer qualquer ameaça, o número do ano será revisado substancialmente".

Em setembro de 2014, o IPC-S fora de 0,49%; de 0,43% em outubro; de 0,65% em novembro 0,65%; e de 0,75% em dezembro.

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"É uma boa desaceleração, mas em termos absolutos é elevado para esta época do ano. Nos últimos cinco anos, em três deles houve deflação. É um mês historicamente de inflação mais baixa", afirmou. No sétimo mês de 2014, o IPC-S teve alta de 0,10%. Já em julho de 2012 (-0,17%), de 2011 (-0,04%) e de 2010 (-0,21%) houve recuo.

De acordo com Picchetti, a mesma história aconteceu com a medida dos núcleos, que saiu de 0,71% em junho e foi para 0,58% no mês passado.

"Também, em termos absolutos, está alto. Além disso, o acumulado em 12 meses subiu. Era de 7,16% e foi para 7,34%", analisou.

"Ou seja, tanto o número mensal é elevado como no acumulado de 12 meses fica claro que a pressão não fica restrita somente aos reajustes de energia", completou. Já o IPC-S acumulou variação de 9,61% em 12 meses até julho e de 6,98% no ano.

O indicador de difusão - que mede o quanto a alta de preços está espalhada - também perdeu fôlego em julho, ao atingir 68,53%, na comparação com 75,29%, de acordo com a FGV.

"Corrobora a ideia dos núcleos. É positivo em termos de variação, mas ainda mostra que a inflação ainda não está em zona confortável", reforçou Picchetti.

Previsão

A expectativa do economista da FGV é de que o IPC-S de agosto deste ano desacelere para 0,40%, depois da taxa de 0,53% em julho. Picchetti espera que os preços dos alimentos fiquem mais brandos e ajudem no processo de arrefecimento, a despeito da estimativa de novas pressões de energia elétrica e de passagens aéreas.

"Na ponta (pesquisas mais recentes), passagem aérea, que ajudou em julho, ao cair 16,66%, está subindo mais de 10%. Um item que ajudou, não deve ajudar mais", explicou.

A despeito da previsão de 0,40% para o IPC-S de agosto ser inferior à de julho, se confirmada, será maior que a de 0,12% apurada no oitavo mês de 2014, e irá corroborar o cenário adverso da inflação neste ano.

Para o fechamento de 2015, Picchetti manteve a projeção de alta de 8,60% para o IPC-S. Para que o número se confirme, o índice mensal tem de apresentar uma taxa média de cerca de 0,30% nos próximos meses, com exceção do oitavo mês.

"A projeção de agosto já está acima dessa marca. É preciso que tenha uma mudança de comportamento de preço para que a taxa esperada para agosto não se confirme", afirmou.

De acordo com Picchetti, "com exceção de agosto, os outros quatro meses foram todos relativamente de IPC-S elevado. A aposta é que se tenha uma trajetória contrária em 2015. Se ocorrer qualquer ameaça, o número do ano será revisado substancialmente".

Em setembro de 2014, o IPC-S fora de 0,49%; de 0,43% em outubro; de 0,65% em novembro 0,65%; e de 0,75% em dezembro.

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