Economia

Apesar de embargos, indústria de carne bovina vê crescimento

Tendência de expansão da demanda nos principais mercados, que não embargaram as exportações brasileiras, deve se manter no ano que vem


	Gado: nações que suspenderam total ou parcialmente as compras de carne bovina brasileira representaram apenas 4,42% das exportações do país até o mês passado, disse a Abiec
 (John Moore/Getty Images)

Gado: nações que suspenderam total ou parcialmente as compras de carne bovina brasileira representaram apenas 4,42% das exportações do país até o mês passado, disse a Abiec (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 16h56.

São Paulo - As exportações brasileiras de carne bovina são previstas para fechar o ano com recorde em faturamento e o setor espera manutenção do crescimento em 2013, apesar das restrições de alguns importadores após a descoberta do caso atípico de vaca louca no país, informou a associação que reúne a indústria nesta quinta-feira.

"Os mercados mais relevantes para a carne bovina continuam abertos e o fluxo de exportação tende a continuar positivamente. Uma recuperação econômica das grandes economias pode ajudar o crescimento da demanda", disse a Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec) em comunicado.

Desde que o Brasil confirmou a descoberta da proteína príon, causadora da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), em animal morto em 2010, no Paraná, seis países já impuseram restrições totais ou parciais à carne bovina do Brasil.

"As vendas continuarão aumentando com a demanda dos principais mercados... é uma tendência que começou em 2012 e continuará", disse Fernando Sampaio, diretor executivo da Abiec.

Segundo a entidade, o impacto comercial dessas restrições é pouco relevante, uma vez que estes mercados juntos representaram 4,42 das exportações totais do país até novembro.


O executivo reforçou que a prioridade da indústria é reverter os embargos impostos à carne bovina, especialmente, pela China e Arábia Saudita.

"Entre estes países (que embargaram), a Arábia Saudita é o mais importante", disse Sampaio, ressaltando que o adido agrícola do Brasil em Genebra deve seguir para o país do Oriente Médio a fim de esclarecer a questão sobre o caso atípico da doença.

No caso da China, embora o país ainda tenha baixa participação na pauta de exportações, de pouco mais de 1 por cento sobre o volume faturado pelo Brasil, o país é considerado de grande importância para o setor por seu potencial de consumo no futuro.

2012 A Abiec estima que o setor encerrará o ano com faturamento recorde de 5,8 bilhões de dólares, ante os 5,37 bilhões de dólares obtidos com as vendas externas em 2011.

A estimativa é de embarques de 1,26 milhão de toneladas em 2012, incremento de 14,5 por cento sobre 2011, em movimento que marca a reversão após três anos seguidos de queda.


"O resultado poderia ter sido ainda melhor, mas a conjuntura macroeconômica de recessão provocou uma ligeira diminuição no preço médio da carne exportada", apontou a Abiec.

Segundo a Abiec, considerando os dados compilados até o momento, o Brasil deverá retomar o posto de maior exportador mundial de carne bovina em 2012.

No ano passado, os Estados Unidos ultrapassaram o Brasil em volume exportado, por conta de questões de câmbio e um excesso de matéria-prima ocasionado pela seca, que levou ao abate de animais nos Estados produtores norte-americanos.

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