Economia

Preço médio da gasolina nas bombas fica estável em R$ 5,51 pela terceira semana seguida, diz ANP

Essa estabilidade veio na sequência de uma acomodação no preço da gasolina em março após o pico de R$ 5,57 por litro

Como a Petrobras, que domina o mercado nacional, não altera seus preços há 60 dias, não houve flutuações a serem repassadas ao consumidor final (Busakorn Pongparnit/Getty Images)

Como a Petrobras, que domina o mercado nacional, não altera seus preços há 60 dias, não houve flutuações a serem repassadas ao consumidor final (Busakorn Pongparnit/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 2 de maio de 2023 às 08h13.

Última atualização em 2 de maio de 2023 às 08h14.

O preço médio da gasolina comum nos postos de todo o País ficou estável a R$ 5,51 por litro na semana entre os dias 23 e 29 de abril, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no início da noite desta sexta-feira, 28. Esta foi a terceira semana seguida com a gasolina a esse preço na média nacional.

Essa estabilidade veio na sequência de uma acomodação no preço da gasolina em março após o pico de R$ 5,57 por litro, registrado no fim de fevereiro devido ao retorno dos impostos federais PIS/Cofins sobre o insumo nas refinarias.

Como a Petrobras, que domina o mercado nacional, não altera seus preços há 60 dias, não houve flutuações a serem repassadas ao consumidor final na ponta da cadeia de consumo.

Para além da Petrobras, refinarias privadas, como a de Mataripe (BA), da Acelen, praticaram redução nos preços da gasolina comum aos distribuidores na maior parte das praças, o que ajudou a ancorar o preço do produto vendido nos postos. A Acelen, por exemplo, responde por cerca de 14% do mercado de combustíveis do País.

As refinarias privadas seguem mais à risca o chamado preço de paridade de importação de combustíveis (PPI), que têm arrefecido em linha com as quedas na cotação internacional do petróleo.

A manutenção nos preços da gasolina em refinarias da Petrobras e a recente redução de preços em refinarias privadas têm, possivelmente, compensado a alta no preço do etanol anidro, que pressiona o preço final nos postos. Por lei, o etanol anidro responde por 27% da mistura do combustível.

No acumulado das quatro últimas semanas até hoje (28), o preço do etanol anidro havia subido 9,1% nas usinas paulistas, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq-USP). Embora esse preço tenha assistido a um recuo de 3,44%, para uma média de R$ 3,35 por litro, ele vinha em alta (13%) nas três semanas imediatamente anteriores.

Diesel

O diesel S-10, por sua vez, viu o preço médio cair 0,35% ou R$ 0,02 por litro nos postos de todo o País entre os dias 23 e 29 de abril, informou a ANP. O litro do insumo custou em média R$ 5,77 por litro, ante R$ 5,79 nos sete dias anteriores.

Livre da reoneração dos impostos federais até 1º de janeiro de 2024, por decisão do governo, o preço do diesel S-10 ao consumidor final tem caído, em linha com reduções temporárias nos preços praticados pela Petrobras em suas refinarias, que são repassados ao consumidor.

Hoje (28), a Petrobras fez mais uma redução no preço do seu produto, dessa vez de 9,9% ou R$0,38 por litro, o que deve se refletir na ponta da cadeia de consumo nas próximas semanas. Esse foi o quarto reajuste para baixo no preço do diesel da gestão Jean Paul Prates na Petrobras.

Gás de cozinha

Já o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP), ou gás de cozinha, experimentou queda leve esta semana, de 0,02%. O insumo vendido em botijão de 13 kg fechou a semana a um preço médio de R$ 107,54, ante a média registrada na semana imediatamente anterior de R$ 107,56. Também nesse caso os impostos federais só voltarão a incidir em 1º de janeiro de 2024.

Preço sobe em 16 Estados, cai em outros 7 e no DF e fica estável em 2

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 16 Estados, caíram em 7 Estados e no Distrito Federal e ficaram estáveis em 2 Estados na semana entre 23 e 29 de abril. No Amapá, o preço do litro foi a R$ 5,50, mas, como não houve levantamento de preços no Estado na semana anterior, não é possível afirmar se a referência avançou ou recuou.

O levantamento é da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 3,02% na semana em relação à anterior, de R$ 3,98 para R$ 4,10 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média subiu 3,59% na semana, de R$ 3,90 para R$ 4,04. A maior alta porcentual na semana ocorreu em Mato Grosso, onde o litro do etanol, que custava em média R$ 3,60, passou a custar R$ 3,83 (+6,39%). A maior queda porcentual ocorreu no Estado de Rondônia, de 1,32%, de R$ 4,53 para R$ 4,47 o litro.

O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,29 o litro, em São Paulo. O maior preço estadual, de R$ 6,50, foi registrado em Alagoas. Já o menor preço médio estadual, de R$ 3,83, foi observado em Mato Grosso, enquanto o maior preço médio foi registrado no Amapá, com R$ 5,50 o litro.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 4,59%, de R$ 3,92 para R$ 4,10 o litro. O Estado com maior alta porcentual no período foi o Amazonas, com 12,73% de aumento no período, de R$ 4,40 para R$ 4,96 o litro. Já o Estado com maior queda porcentual no mês foi o Rio Grande do Norte, com -1,32%, de R$ 4,56 para R$ 4,50 o litro.

Comparação

O etanol ficou competitivo em relação à gasolina somente em Mato Grosso na semana entre 23 e 29 de abril. No restante dos Estados e no Distrito Federal, continuava mais vantajoso abastecer o carro com gasolina.

Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas, no período, na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 74,41% ante a gasolina, portanto desfavorável em comparação com o derivado do petróleo. Em Mato Grosso, a paridade estava em 69,13%.

Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.

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