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Anfavea volta a defender ampliação do lay-off

Programa de lay-off prevê uso de dinheiro do seguro-desemprego para pagar parte do salário dos empregados afastados, tentando aliviar crise do setor automotivo

Autoindústria: presidente da Anfavea também ressaltou esperar medidas por parte do governo para destravar o crédito voltado à compra de veículos (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 15h21.

São Paulo - O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores ( Anfavea ), Luiz Moan, voltou a defender, nesta segunda-feira, 28, a proposta de ampliação do programa de lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), que prevê o uso de dinheiro do seguro-desemprego para pagar parte do salário dos empregados afastados, em uma tentativa de aliviar a crise do setor automotivo brasileiro.

Perguntado sobre um editorial do jornal O Estado de São Paulo publicado no último dia 21, que considerou a proposta da Anfavea "indecorosa", Moan respondeu: "Não concordo com o editorial."

Ele lembrou que a legislação brasileira atual sobre o lay-off prevê que, se uma montadora afastar o funcionário totalmente de suas atividades, pode durante cinco meses fazer o pagamento de seu salário parte com recursos da empresa e parte com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Ministério do Trabalho.

"Uma saída para ter uma maior estabilização de emprego talvez seja a flexibilização desta norma", disse, durante sua participação no V Fórum da Indústria Automobilística, em São Paulo.

Uma opção, segundo ele, é que a montadora possa afastar o funcionário do trabalho somente em 50% do tempo, ao invés de 100%, como ocorre hoje no lay-off. Outra alternativa seria estender o prazo da dispensa para dez meses.

"A proposta ainda está sendo costurada", explicou Moan. "Acho que proposta na verdade foi muito mal interpretada. Não estamos dizendo para aumentar os recursos do governo destinados a tal prática (lay-off), mas a flexibilização seria bem-vinda."

Na saída do evento, Moan afirmou que em março o setor automotivo teve uma redução de 400 postos de trabalho, motivada principalmente pelos programas de demissão voluntária das companhias. "Ainda estamos com um saldo de 8 mil empregos a mais em relação a março de 2011", disse.


Crédito

O presidente da Anfavea também ressaltou esperar medidas por parte do governo para destravar o crédito voltado à compra de veículos.

"Nós levamos nas últimas semanas análises da conjuntura de curto prazo para vários ministérios e eles demonstraram preocupação. A questão do crédito foi o grande ponto que apontamos como restrição ao consumo interno", explicou.

Hoje Moan se reúne com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, em Brasília, quando deve discutir questões relacionadas ao mercado doméstico e às exportações.

O executivo, no entanto, não se mostrou favorável a uma possível facilitação do crédito para operações de até 60 meses.

Atualmente, os bancos precisam provisionar 75% do valor dos financiamentos feitos em até 60 meses. O governo pode flexibilizar essa exigência por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN).

"Vi que saíram informações sobre isso na imprensa. Mas eu não sei se é bom que a gente incremente muito o prazo de financiamento", revelou.

"Nós temos de tomar muito cuidado para que uma solução de curto prazo não prejudique o longo prazo."

O presidente da Anfavea também sinalizou que apoia a proposta em discussão de um mecanismo para facilitar a retomada dos veículos pelos bancos em caso de não pagamento, assim como a implantação de um seguro de inadimplência.

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São Paulo - O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores ( Anfavea ), Luiz Moan, voltou a defender, nesta segunda-feira, 28, a proposta de ampliação do programa de lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), que prevê o uso de dinheiro do seguro-desemprego para pagar parte do salário dos empregados afastados, em uma tentativa de aliviar a crise do setor automotivo brasileiro.

Perguntado sobre um editorial do jornal O Estado de São Paulo publicado no último dia 21, que considerou a proposta da Anfavea "indecorosa", Moan respondeu: "Não concordo com o editorial."

Ele lembrou que a legislação brasileira atual sobre o lay-off prevê que, se uma montadora afastar o funcionário totalmente de suas atividades, pode durante cinco meses fazer o pagamento de seu salário parte com recursos da empresa e parte com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Ministério do Trabalho.

"Uma saída para ter uma maior estabilização de emprego talvez seja a flexibilização desta norma", disse, durante sua participação no V Fórum da Indústria Automobilística, em São Paulo.

Uma opção, segundo ele, é que a montadora possa afastar o funcionário do trabalho somente em 50% do tempo, ao invés de 100%, como ocorre hoje no lay-off. Outra alternativa seria estender o prazo da dispensa para dez meses.

"A proposta ainda está sendo costurada", explicou Moan. "Acho que proposta na verdade foi muito mal interpretada. Não estamos dizendo para aumentar os recursos do governo destinados a tal prática (lay-off), mas a flexibilização seria bem-vinda."

Na saída do evento, Moan afirmou que em março o setor automotivo teve uma redução de 400 postos de trabalho, motivada principalmente pelos programas de demissão voluntária das companhias. "Ainda estamos com um saldo de 8 mil empregos a mais em relação a março de 2011", disse.


Crédito

O presidente da Anfavea também ressaltou esperar medidas por parte do governo para destravar o crédito voltado à compra de veículos.

"Nós levamos nas últimas semanas análises da conjuntura de curto prazo para vários ministérios e eles demonstraram preocupação. A questão do crédito foi o grande ponto que apontamos como restrição ao consumo interno", explicou.

Hoje Moan se reúne com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, em Brasília, quando deve discutir questões relacionadas ao mercado doméstico e às exportações.

O executivo, no entanto, não se mostrou favorável a uma possível facilitação do crédito para operações de até 60 meses.

Atualmente, os bancos precisam provisionar 75% do valor dos financiamentos feitos em até 60 meses. O governo pode flexibilizar essa exigência por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN).

"Vi que saíram informações sobre isso na imprensa. Mas eu não sei se é bom que a gente incremente muito o prazo de financiamento", revelou.

"Nós temos de tomar muito cuidado para que uma solução de curto prazo não prejudique o longo prazo."

O presidente da Anfavea também sinalizou que apoia a proposta em discussão de um mecanismo para facilitar a retomada dos veículos pelos bancos em caso de não pagamento, assim como a implantação de um seguro de inadimplência.

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