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Anfavea espera produção maior em 2015 com ajuda de câmbio

O setor de veículos espera recuperar parte da queda da produção de 2014, apostando na ajuda do câmbio para reduzir participação das importações nas vendas

Concessionária: a Anfavea espera alta de 4,1% na produção em 2015, para 3,276 milhões de veículos (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 16h03.

São Paulo - O setor de veículos do Brasil espera recuperar este ano parte da queda da produção de 2014, em uma aposta de que o câmbio ajudará a reduzir a participação das importações nas vendas e de que legislação que acelera retomada de bens de inadimplentes incentive os bancos a elevar os financiamentos aos consumidores.

A associação que representa o setor, Anfavea, espera alta de 4,1 por cento na produção em 2015, para 3,276 milhões de veículos, após um tombo de 15,3 por cento em 2014. A expectativa para as vendas internas é de estabilidade, após queda de 7,1 por cento em 2014, para 3,498 milhões de veículos.

"Temos expectativa bastante grande de que a nova legislação de retomada de bens terá efeito extremamente positivo no mercado, fazendo o setor bancário voltar a financiar as vendas", disse a jornalistas o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

"Além disso, a nossa projeção indica participação menor dos importados nas vendas internas, com o câmbio sendo um dos fatores", acrescentou, afirmando que a fatia esperada dos importados é de 16 por cento em 2015, ante 17,6 por cento em 2014.

Perguntado se as projeções da entidade não seriam otimistas dada a estagnação do crescimento econômico, contexto de aperto fiscal pelo governo federal e dificuldades persistindo na Argentina, grande cliente de veículos do Brasil, Moan respondeu que considera os números estimados para este ano como "extremamente conservadores". "Estabilidade (nas vendas no país) é o mínimo do que pode acontecer", disse.

O tombo da produção em 2014 fez começarem a surgir os primeiros anúncios de demissões nas montadoras, uma perspectiva que não assombrava o setor no Brasil desde pelo menos o início dos anos 2000.

No início desta semana, a Volkswagen anunciou demissão de 800 funcionários de sua fábrica na região metropolitana de São Paulo, afirmando que se tratava de uma primeira etapa de ajustes, que pode envolver mais 1.300 funcionários, segundo o sindicato local.

Antes da montadora alemã, a Mercedes-Benz fez cortes de perto de 250 empregados mais cedo neste ano e a Volvo reduziu seu quadro no fim de 2014.

O presidente da Anfavea, embora considere que há excedente de pessoal na indústria, acredita que o anúncio recente da Volkswagen foi um evento isolado e não um alerta de problema sistêmico da indústria.

Atualmente, a capacidade produtiva da indústria brasileira alcança cerca de 4,6 milhões de veículos por ano, volume que aumentará com a abertura de novas fábricas, como a da Fiat, em Pernambuco, neste ano. Em 2014, o setor fechou 14,1 mil postos de trabalho, reduzindo sua força de trabalho em 8,9 por cento sobre 2013.

Perguntado se o aumento esperado na produção em 2015 poderia reverter parte dos cortes de pessoal, Moan afirmou que "todo crescimento ajuda a minorar o excedente que nós temos. Pode ajudar na manutenção dos empregos".

O acordo do setor com o governo federal de evitar demissões em massa não negociadas em troca de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) venceu no fim do ano passado após várias prorrogações. Com isso, o tributo sobre veículos populares foi elevado em quatro pontos percentuais em janeiro deste ano e o setor passou a ficar mais livre para demitir.

Depois de meses de ajustes de produção, o estoque de veículos do país a espera de comprador caiu 15 por cento em dezembro sobre o pico alcançado em novembro, para 351 mil unidades. A queda veio fruto de alta de 25,6 por cento nas vendas de dezembro sobre novembro, em parte puxadas pela expectativa de consumidores com o fim do desconto no IPI.

Segundo Moan, o estoque é suficiente para cerca de 35 dias de vendas e pode ajudar nas vendas de janeiro, tradicionalmente mais fracas que as de cada fim de ano, uma vez que esses veículos foram produzidos antes do encerramento do desconto no IPI.

Para o mercado externo, a expectativa da Anfavea é de alta de apenas 1 por cento das exportações em 2015, para cerca de 338 mil veículos, depois de queda de 40,9 por cento em 2014. A estimativa é baseada em uma perspectiva de que o dólar atingirá patamar de 3,10 reais em dezembro, disse Moan.

"O dólar alto no médio a longo prazos auxiliará a nossa exportação", disse ele, acrescentando que o setor está buscando acordos de comércio com América Latina e África.

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São Paulo - O setor de veículos do Brasil espera recuperar este ano parte da queda da produção de 2014, em uma aposta de que o câmbio ajudará a reduzir a participação das importações nas vendas e de que legislação que acelera retomada de bens de inadimplentes incentive os bancos a elevar os financiamentos aos consumidores.

A associação que representa o setor, Anfavea, espera alta de 4,1 por cento na produção em 2015, para 3,276 milhões de veículos, após um tombo de 15,3 por cento em 2014. A expectativa para as vendas internas é de estabilidade, após queda de 7,1 por cento em 2014, para 3,498 milhões de veículos.

"Temos expectativa bastante grande de que a nova legislação de retomada de bens terá efeito extremamente positivo no mercado, fazendo o setor bancário voltar a financiar as vendas", disse a jornalistas o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

"Além disso, a nossa projeção indica participação menor dos importados nas vendas internas, com o câmbio sendo um dos fatores", acrescentou, afirmando que a fatia esperada dos importados é de 16 por cento em 2015, ante 17,6 por cento em 2014.

Perguntado se as projeções da entidade não seriam otimistas dada a estagnação do crescimento econômico, contexto de aperto fiscal pelo governo federal e dificuldades persistindo na Argentina, grande cliente de veículos do Brasil, Moan respondeu que considera os números estimados para este ano como "extremamente conservadores". "Estabilidade (nas vendas no país) é o mínimo do que pode acontecer", disse.

O tombo da produção em 2014 fez começarem a surgir os primeiros anúncios de demissões nas montadoras, uma perspectiva que não assombrava o setor no Brasil desde pelo menos o início dos anos 2000.

No início desta semana, a Volkswagen anunciou demissão de 800 funcionários de sua fábrica na região metropolitana de São Paulo, afirmando que se tratava de uma primeira etapa de ajustes, que pode envolver mais 1.300 funcionários, segundo o sindicato local.

Antes da montadora alemã, a Mercedes-Benz fez cortes de perto de 250 empregados mais cedo neste ano e a Volvo reduziu seu quadro no fim de 2014.

O presidente da Anfavea, embora considere que há excedente de pessoal na indústria, acredita que o anúncio recente da Volkswagen foi um evento isolado e não um alerta de problema sistêmico da indústria.

Atualmente, a capacidade produtiva da indústria brasileira alcança cerca de 4,6 milhões de veículos por ano, volume que aumentará com a abertura de novas fábricas, como a da Fiat, em Pernambuco, neste ano. Em 2014, o setor fechou 14,1 mil postos de trabalho, reduzindo sua força de trabalho em 8,9 por cento sobre 2013.

Perguntado se o aumento esperado na produção em 2015 poderia reverter parte dos cortes de pessoal, Moan afirmou que "todo crescimento ajuda a minorar o excedente que nós temos. Pode ajudar na manutenção dos empregos".

O acordo do setor com o governo federal de evitar demissões em massa não negociadas em troca de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) venceu no fim do ano passado após várias prorrogações. Com isso, o tributo sobre veículos populares foi elevado em quatro pontos percentuais em janeiro deste ano e o setor passou a ficar mais livre para demitir.

Depois de meses de ajustes de produção, o estoque de veículos do país a espera de comprador caiu 15 por cento em dezembro sobre o pico alcançado em novembro, para 351 mil unidades. A queda veio fruto de alta de 25,6 por cento nas vendas de dezembro sobre novembro, em parte puxadas pela expectativa de consumidores com o fim do desconto no IPI.

Segundo Moan, o estoque é suficiente para cerca de 35 dias de vendas e pode ajudar nas vendas de janeiro, tradicionalmente mais fracas que as de cada fim de ano, uma vez que esses veículos foram produzidos antes do encerramento do desconto no IPI.

Para o mercado externo, a expectativa da Anfavea é de alta de apenas 1 por cento das exportações em 2015, para cerca de 338 mil veículos, depois de queda de 40,9 por cento em 2014. A estimativa é baseada em uma perspectiva de que o dólar atingirá patamar de 3,10 reais em dezembro, disse Moan.

"O dólar alto no médio a longo prazos auxiliará a nossa exportação", disse ele, acrescentando que o setor está buscando acordos de comércio com América Latina e África.

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