Alta do minério pode representar um terço da inflação
São Paulo - Cerca de um terço da inflação deste ano medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) virá do reajuste do preço do minério de ferro, do aço e dos bens duráveis, como carros e eletrodomésticos, que fazem uso intensivo de produtos siderúrgicos. Como o minério é […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - Cerca de um terço da inflação deste ano medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) virá do reajuste do preço do minério de ferro, do aço e dos bens duráveis, como carros e eletrodomésticos, que fazem uso intensivo de produtos siderúrgicos. Como o minério é matéria-prima básica na fabricação do aço, a alta de preço tem efeito multiplicador em várias cadeias de produção da indústria.
Para um IGP-M projetado em 8,5% para 2010, 2,8 pontos porcentuais se referem ao impacto da alta do minério de ferro em cerca de 90%, em reais, no mercado interno, a reajustes na casa de dois dígitos no preço do aço, que já começaram a ser pedidos pelas siderúrgicas, e aumentos no preço dos bens duráveis, como automóveis, fogões e máquinas de lavar, por exemplo.
Os cálculos são do economista da Personale Investimentos, Carlos Thadeu de Freitas Filho. Ele observa que o efeito do reajuste do minério deve impactar o índice nos próximos seis meses e os reflexos na inflação não se esgotarão neste ano. Como o IGP-M é o índice usado para corrigir os preços administrados, a alta do minério terá impacto na inflação de 2011. É que o IGP-M acumulado em 2010 será a referência para reajustar as tarifas no ano que vem.
"A alta do minério de ferro vai impor um piso mais elevado aos preços administrado e à inflação de 2011", afirma o economista. Antes do reajuste do minério, ele calculava que o Índice Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação, seria de 4,6% no ano que vem. Agora, ele projeta uma alta de 5%, bem acima do centro da meta de inflação, que é de 4,5% para 2011. "O aumento do consumo de bens duráveis, puxado pela maior oferta de crédito, e os baixos estoques de aço na indústria devem favorecer o repasse da alta de preço para o consumidor", prevê o economista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.