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Alimentação deve pressionar IPC-S em outubro, diz FGV

Entre os destaques de setembro estão alimentos com uso intensivo de trigo, grão que sofreu restrições de oferta de países do Mercosul e também do Brasil

Padaria: IPC-S dos produtos de panificação encerrou setembro em alta de 1,49%, com destaque para o pão francês, com aumento de 2,37% no fechamento do mês (REUTERS/Paulo Whitaker)
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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2013 às 15h17.

São Paulo - O grupo alimentação deve voltar a pressionar a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) em outubro e reverter o cenário de setembro, de acordo com a avaliação do economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) André Braz.

"O grupo alimentação desacelerou entre a terceira e a quadrissemana (de 0,20% para 0,14%) por conta dos alimentos in natura (-10,32% para -12,54%). Mas essa 'âncora verde' acabará com o início da primavera e da estação das chuvas, que prejudica a produção", disse Braz.

De acordo com o economista, além de os preços dos alimentos in natura convergirem para uma estabilidade ou leve alta em outubro, o IPC-S dos alimentos deve seguir pressionado pelos preços de grãos, como ocorreu em setembro, por causa de uma redução na oferta e pela alta do dólar.

Entre os destaques de setembro estão alimentos com uso intensivo de trigo, grão que sofreu restrições de oferta de países do Mercosul e também do Brasil, onde os primeiros lotes da safra nacional registraram um padrão ruim.

O IPC-S dos produtos de panificação encerrou setembro em alta de 1,49%, com destaque para o pão francês, com aumento de 2,37% no fechamento do mês. A alta na soja levou o óleo de -0,33% na terceira quadrissemana para uma alta de 0,67% no encerramento do mês passado. Os grãos puxaram também o frango inteiro de 1,28% para alta de 2,03% e a carne bovina de 0,08% para 1% entre as semanas avaliadas. "Isso vai continuar e não tem como reverter em outubro", disse o economista do FGV/Ibre. "E a carne suína, que subiu 0,56% em setembro, não teve materializada ainda pressão forte da alta no atacado."

Com isso, segundo Braz, a alimentação deve voltar a ser a vilã da inflação medida pelo IPC-S, como ocorreu em 2012, já que o grupo responde por 25% do indicador. "Enquanto o indicador acumula alta de 5,29% nos últimos 12 meses, a alta da alimentação é de 8,72% no período e deve fechar 2013 como o grupo com maior alta, o pivô da inflação", disse.

Dólar

Braz avaliou ainda que o grupo habitação, com maior contribuição para o IPC-S de setembro, sofreu a pressão do gás de botijão (GLP), com alta 1,29%, aluguel, de 0,63% e, principalmente, de móveis (0,95%) e do grupo eletrodomésticos e equipamentos, que saiu de uma queda de -0,02% para alta de 0,60% entre a terceira e a última quadrissemana de setembro.

"Alguns itens já sofrem o impacto da valorização do dólar, como o computador, que tem intensiva influência cambial e encerrou setembro em 1,79% de alta. Outro fator que pode ter pressionado esse grupo foi o Minha Casa Melhor, programa que influenciou a demanda e pode pressionar os preços", avaliou. Braz evitou ainda fazer uma estimativa para outubro do IPC-S, mas arriscou que "pelo andar da carruagem deve ir rumo a 0,40% ou 0,45%".

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São Paulo - O grupo alimentação deve voltar a pressionar a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) em outubro e reverter o cenário de setembro, de acordo com a avaliação do economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) André Braz.

"O grupo alimentação desacelerou entre a terceira e a quadrissemana (de 0,20% para 0,14%) por conta dos alimentos in natura (-10,32% para -12,54%). Mas essa 'âncora verde' acabará com o início da primavera e da estação das chuvas, que prejudica a produção", disse Braz.

De acordo com o economista, além de os preços dos alimentos in natura convergirem para uma estabilidade ou leve alta em outubro, o IPC-S dos alimentos deve seguir pressionado pelos preços de grãos, como ocorreu em setembro, por causa de uma redução na oferta e pela alta do dólar.

Entre os destaques de setembro estão alimentos com uso intensivo de trigo, grão que sofreu restrições de oferta de países do Mercosul e também do Brasil, onde os primeiros lotes da safra nacional registraram um padrão ruim.

O IPC-S dos produtos de panificação encerrou setembro em alta de 1,49%, com destaque para o pão francês, com aumento de 2,37% no fechamento do mês. A alta na soja levou o óleo de -0,33% na terceira quadrissemana para uma alta de 0,67% no encerramento do mês passado. Os grãos puxaram também o frango inteiro de 1,28% para alta de 2,03% e a carne bovina de 0,08% para 1% entre as semanas avaliadas. "Isso vai continuar e não tem como reverter em outubro", disse o economista do FGV/Ibre. "E a carne suína, que subiu 0,56% em setembro, não teve materializada ainda pressão forte da alta no atacado."

Com isso, segundo Braz, a alimentação deve voltar a ser a vilã da inflação medida pelo IPC-S, como ocorreu em 2012, já que o grupo responde por 25% do indicador. "Enquanto o indicador acumula alta de 5,29% nos últimos 12 meses, a alta da alimentação é de 8,72% no período e deve fechar 2013 como o grupo com maior alta, o pivô da inflação", disse.

Dólar

Braz avaliou ainda que o grupo habitação, com maior contribuição para o IPC-S de setembro, sofreu a pressão do gás de botijão (GLP), com alta 1,29%, aluguel, de 0,63% e, principalmente, de móveis (0,95%) e do grupo eletrodomésticos e equipamentos, que saiu de uma queda de -0,02% para alta de 0,60% entre a terceira e a última quadrissemana de setembro.

"Alguns itens já sofrem o impacto da valorização do dólar, como o computador, que tem intensiva influência cambial e encerrou setembro em 1,79% de alta. Outro fator que pode ter pressionado esse grupo foi o Minha Casa Melhor, programa que influenciou a demanda e pode pressionar os preços", avaliou. Braz evitou ainda fazer uma estimativa para outubro do IPC-S, mas arriscou que "pelo andar da carruagem deve ir rumo a 0,40% ou 0,45%".

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