Governo corre para fechar o déficit de 159 bilhões de reais
Governo vai privatizar Casa da Moeda e 14 aeroportos
EXAME Hoje
Publicado em 24 de agosto de 2017 às 06h37.
Última atualização em 24 de agosto de 2017 às 07h42.
Nesta quinta-feira o governo vai editar uma medida provisória para permitir o saque por aposentados de contas do PIS/Pasep. A medida é mais um objeto adicionado ao imenso malabarismo do governo para estimular a economia e conseguir fechar as contas no déficit de 159 bilhões de reais e reativar a economia de uma vez por todas. Ao todo, o governo deve permitir o saque de 15,9 bilhões de reais e beneficiar 7,8 milhões de cotistas.
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“É uma medida como a das contas inativas do FGTS. O impacto na arrecadação, com impostos, não deve ser grande, mas o foco é ajudar a estimular a economia, que ainda dá os primeiros sinais positivos. Funciona como um energético”, diz Fábio Klein, analista da consultoria Tendências.
A medida se soma ao pacote com 57 privatizações anunciado pelo governo ontem. Os projetos, que integram o Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do governo vão ajudar a fechar as contas deste e do próximo ano. Os projetos previstos para até o final deste ano incluem as rodovias BR 153 (GO/TO), a BR 364 (RO/MT), terminais portuários, 11 lotes de linhas de transmissão e rodadas de petróleo e gás do pré-sal. A venda da loteria Lotex, prometida desde o governo Dilma e já anunciada no primeiro pacote de PPI do governo Temer, também tem leilão programado para o dia 10 de dezembro.
O novo pacote foi bem recebido por economistas e investidores. Para eles, o anúncio fomenta a agenda de infraestrutura do país e fortalece o programa de PPI, uma das principais bandeiras do governo Temer. O risco, como sempre, é que o caótico cenário político leve ao adiamento dos leilões e fruste as receitas. O perigo maior é para as privatizações marcadas para o segundo semestre de 2018, como a da Casa da Moeda, em meio às eleições no país.
Apesar de ter aumentado o déficit para este e para o próximo ano, o governo continua dependente de receitas extraordinárias para cumprir as metas. Com tanta pressa, o maior desafio é convencer investidores a pagar o preço justo pelos ativos, numa equação que, no fim das contas, beneficie o erário, mas, sobretudo, a população.