Economia

78% estariam dispostos a pagar mais pela energia se fosse renovável 

Pesquisa EXAME/IDEIA revela que brasileiro está aberto a pagar mais por energias sustentáveis, mas se preocupa com o aumento geral de preços

Parque híbrido de energia solar e eólica da Enel no interior de Pernambuco (Germano Lüders / EXAME)  (Germano Lüders/Exame)

Parque híbrido de energia solar e eólica da Enel no interior de Pernambuco (Germano Lüders / EXAME) (Germano Lüders/Exame)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 1 de novembro de 2021 às 07h30.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h33.

Apesar do alto custo da energia elétrica, 78% dos brasileiros estariam dispostos a pagar mais se ela fosse renovável. O dado é da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.

A pesquisa ouviu 1.269 pessoas entre os dias 25 e 28 de outubro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ler o relatório completo.

(Arte/Exame)

Maurício Moura, fundador do IDEIA, destaca que o dado é muito importante, ainda mais em tempos de restrição econômica. “Mesmo em rendas mais baixas, as pessoas estão abertas a investir em serviços e produtos menos poluentes, ou seja, existe sim uma mudança na cabeça da opinião pública”, diz.

Entre as pessoas que ganham até um salário mínimo, 69% estariam dispostas a pagar mais por energias renováveis. Na parcela que ganha acima de cinco salários, este número sobe para 86%. A região mais disposta a colocar a mão no bolso para financiar uma energia limpa é a Norte, com 85% das pessoas.

Entre as opções de energia renovável, 46% estariam dispostos a utilizar a eólica, 11% a energia de matriz solar, e 3% a que usa biomassa.

(Arte/Exame)

A busca por fontes de energia que emitem menos gases que agravam o efeito estufa é um dos temas da COP26, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa nesta segunda-feira, 1º de outubro, em Glasgow, na Escócia. O objetivo é tentar estabelecer metas mais ambiciosas para garantir que o aumento na temperatura do planeta fique abaixo dos 2 graus Celsius neste século.

Energia mais cara impacta na inflação

Por conta da crise hídrica, há um mês a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou uma cobrança extra na bandeira tarifária, o que resultou em um acréscimo de 14 reais e 20 centavos na conta a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A cobrança será feita até 30 de abril de 2022 e deve gerar um aumento no custo da energia ao consumidor de, em média, 6,78%.

Esta elevação na conta de luz tem impacto direto na inflação. A pesquisa EXAME/IDEIA mostra que para 36% da população a maior preocupação é a alta generalizada de preços. Nos últimos 12 meses até outubro, a inflação geral ficou em 10,25%, segundo dados do IBGE.

Para controlar a alta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou, na semana passada, a taxa Selic de 6,25% ao ano para 7,75% ao ano. A alta de 1,5 ponto percentual é a maior dos últimos quatro anos.

(Arte/Exame)

Também com reflexo na inflação, os combustíveis sofreram um novo reajuste na última semana. A Petrobras ajustou o preço da gasolina nas refinarias em 21 centavos por litro, em média. Nas bombas, a estimativa é de que o impacto seja de 15 centavos por livro.

No caso do diesel, o aumento será de 28 centavos por litro, na refinaria, o que deve levar a uma alta de 24 centavos por litro, nas bombas dos postos.

Entre os  entrevistados pela pesquisa EXAME/IDEIA, 87% dizem que estariam dispostos a bancar um custo mais alto em combustíveis menos poluentes, como etanol e carros movidos à eletricidade.

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