Ciência

Vacina precisa ser 80% eficaz para acabar com a covid-19, diz estudo

A eficácia de uma vacina é proporcional a quantidade de pessoas que a tomam. Se 60% da população for vacinada, proteção precisa ser 100% eficaz

Coronavírus: futuras pandemias podem ser evitadas se vacina tiver 70% de eficácia (Yulia Shaihudinova/Getty Images)

Coronavírus: futuras pandemias podem ser evitadas se vacina tiver 70% de eficácia (Yulia Shaihudinova/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 26 de agosto de 2020 às 14h42.

Para uma vacina conseguir colocar um ponto final na pandemia do novo coronavírus, ela precisa ter 80% de eficácia, segundo uma pesquisa publicada no jornal científico American Journal of Preventive Medicine. Para evitar que outras epidemias aconteçam, a prevenção precisa ser 70% eficaz.

Uma vacina com uma taxa de eficácia menor, de 60% a 80% pode, inclusive, reduzir a necessidade por outras medidas para evitar a transmissão do vírus, como o distanciamento social. Mas não é tão simples assim.

Isso porque a eficácia de uma vacina é diretamente proporcional a quantidade de pessoas que a tomam, ou seja, se 75% da população for vacinada, a proteção precisa ser 70% capaz de prevenir uma infecção para evitar futuras pandemias e 80% eficaz para acabar com o surto de uma doença.

As perspectivas mudam se apenas 60% das pessoas receberem a vacinação, e a eficácia precisa ser de 100% para conseguir acabar com uma pandemia que já estiver acontecendo --- como a da covid-19.

Isso indica que a vida pode não voltar ao "normal" assim que, finalmente, uma vacina passar por todas as fases de testes clínicos e for aprovada e pode demorar até que 75% da população mundial esteja vacinada.

A estimativa foi feita com a ajuda de um modelo de simulação em computador no Microsoft Excel.

Nunca antes foi feito um esforço tão grande para a produção de uma vacina em um prazo tão curto — algumas empresas prometem que até o final do ano ou no máximo no início de 2021 já serão capazes de entregá-la para os países. A vacina do Ebola, considerada uma das mais rápidas em termos de produção, demorou cinco anos para ficar pronta e foi aprovada para uso nos Estados Unidos, por exemplo, somente no ano passado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualmente existem 173 vacinas em desenvolvimento contra o SARS-CoV-2. Dessas, 31 estão em fase de testes clínicos.

Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias em geral estão literalmente correndo atrás de uma solução rápida.

Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.

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