Vacina da AstraZeneca contra variante do coronavírus pode demorar 9 meses
A vacina da empresa, criada junto com a Universidade de Oxford, foi suspensa na África do Sul por dados iniciais indicarem proteção menor contra variante do vírus
Lucas Agrela
Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 16h24.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 16h29.
Uma vacina contra a nova variante do coronavírus causador da pandemia de covid-19 poderia levar de seis a nove meses até ficar pronta, segundo estimativa feita pela empresa anglo-sueca AstraZeneca , durante seu anúncio de resultados financeiros do último trimestre de 2020.
A vacina deixou de ser aplicada na África do Sul, onde a principal variante do coronavírus teria se originado, depois que dados iniciais mostraram que a vacina tinha proteção menor contra a covid-19 em casos com sintomas leves e moderados. Pesquisadores analisam agora o efeito da vacina em casos graves e redução de óbitos por covid-19. Um ensaio clínico com mais de 100 mil pessoas está sendo organizado para avaliar a eficácia da vacina da AstraZeneca contra a nova variante.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a variante conhecida como B.1.351 já foi detectada em 19 países até o momento.
A vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford é utilizada em mais de 50 países e não requer a refrigeração a -70ºC, o que facilita o transporte das doses, diferentemente do que acontece com vacinas da Pfizer e da Moderna.
No anúncio de resultados de hoje, a AstraZeneca reportou que o lucro líquido teve aumento de 159% no ano de 2020, chegando a US$ 3,1 bilhões (R$ 16,6 bilhões em conversão direta). O faturamento saltou 9%, passando para 26,6 bilhões de dólares, puxado pela venda de medicamentos contra o câncer. O balanço ainda não traz números das vendas de vacinas contra a covid-19, que devem ser detalhadas separadamente ao fim do primeiro trimestre deste ano.
Também nesta semana, pesquisadores descobriram quatro novos sintomas da covid-19.