Ciência

Vacina contra HIV deve passar para a fase de testes clínicos

Cientistas modificam a vacina para que ela possa ser testada em humanos

HIV: cientistas descobrem como testar a vacina contra o vírus HIV em seres humanos (Westend61/Getty Images)

HIV: cientistas descobrem como testar a vacina contra o vírus HIV em seres humanos (Westend61/Getty Images)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 22 de julho de 2019 às 17h13.

São Paulo - A luta da medicina contra o HIV continua e, agora, essa história ganhou um novo capítulo. Pesquisadores descobriram como levar a vacina do vírus da imunodeficiência humana (HIV) para os testes clínicos, o que pode representar um grande avanço, de acordo com um artigo publicado na revista Science Translational Medicine,

Os cientistas desenvolveram uma versão enfraquecida da vacina que é tão eficaz quanto a original para que seja possível levar a vacina para uma fase de testes clínicos. Ela atua contra o vírus da imunodeficiência símia (SIV) - doença bastante similar ao HIV, mas está presente em macacos ao invés de seres humanos.

A nova vacina foi feita partindo de uma versão modificada do citomegalovírus causador da herpes, CMV, que é gerador de proteínas denominadas SIV. Em estudos anteriores, foi percebido que grande parte dos macacos rhesus, que receberam a vacina, eram resistentes ao vírus SIV.

Antes que a vacina possa ser utilizada no corpo humano, é preciso que esta seja atenuada para impedir que se espalhe no organismo. Uma vez dentro do corpo e não diminuído, o CMV pode ser altamente perigoso, especialmente para mulheres grávidas ou pessoas com o sistema imunológico fraco.

Para reduzir o vírus e permitir que ele seja utilizado em testes no corpo humano, os pesquisadores removeram um gene chamado Rh110 - responsável por impedir a reprodução do vírus. Quando aplicada ao macaco rhesus, a vacina demonstrou ser 1.000 vezes menos capaz de se reproduzir do que sua versão não-modificada.

A vacina entregou o mesmo nível de proteção que sua versão mais forte e eliminou o SIV em 59% dos macacos. Os efeitos também foram se revelaram duradouros, visto que 9 dos 12 macacos vacinados permaneceram resistentes à doença, mesmo após três anos da aplicação.

Embora os testes clínicos em humanos possam demorar vários anos para apresentarem uma conclusão, a descoberta da possibilidade de realizá-los já é um grande avanço na busca pela criação de uma vacina contra o HIV.

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