Ciência

Vacina: Butantan e Fiocruz já entregaram todos os documentos para a Anvisa

Institutos entregaram os documentos que estavam faltando para a Anvisa. Órgão agora precisa analisar a documentação para liberar o uso emergencial das vacinas da Sinovac e da AstraZeneca

Vacinas: farmacêuticas aguardam liberação da Anvisa (Charles Platiau/Reuters)

Vacinas: farmacêuticas aguardam liberação da Anvisa (Charles Platiau/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de janeiro de 2021 às 11h57.

O Instituto Butantan e a Fiocruz já entregaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) 100% dos documentos necessários para liberação do uso emergencial das vacinas contra a covid-19 no Brasil. A diretoria colegiada da Anvisa fará reunião neste domingo (17) para decidir sobre a liberação ou não da Coronavac e da vacina Oxford/AstraZeneca, cujos imunizantes serão distribuídos no País por Butantan e Fiocruz, respectivamente.

Nos últimos dias, a Anvisa ainda cobrava a apresentação completa de documentos para avaliação. Neste sábado (16), conforme dados atualizados do painel da agência sobre andamento da análise das vacinas, 44,86% dos documentos da Coronavac já haviam sido analisados, enquanto 55,14% estavam em análise. No caso da vacina de Oxford/AstraZeneca, 49,45% do processo estava concluído e 50,55% estava pendente.

O Ministério da Saúde vem afirmando que, caso a Anvisa aprove o uso emergencial das vacinas neste domingo, a vacinação em todo o País começaria já na próxima quarta-feira (20). Como revelou o Estadão/Broadcast, o ministério planeja um evento, no Palácio do Planalto, para abrir oficialmente a campanha de vacinação.

Às vésperas do início da campanha, no entanto, houve um acirramento da guerra política em torno das vacinas. A Índia informou na sexta-feira (15) ao Brasil que não pretende atender agora o pedido para liberação de 2 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford. O país asiático alegou "problemas logísticos" para liberar a carga ao Brasil.

A notícia frustrou o governo de Jair Bolsonaro, que aposta na AstraZeneca/Oxford para se contrapor à Coronavac - vacina chinesa ligada ao Instituto Butantan, do Estado de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB).

Bolsonaro e Dória são adversários políticos e miram a eleição presidencial de 2022. Ambos buscam aparecer como a primeira autoridade a viabilizar a vacinação no País.

Com a negativa dos indianos, o Ministério da Saúde solicitou a entrega "imediata" de 6 milhões de doses da Coronavac pelo Instituto Butantan. Em ofício, o ministério afirmou que não há "previsão contratual de distribuição das doses de vacina a ser realizada diretamente pela Fundação Butantã". E disse que é "sua responsabilidade" a "atualização e coordenação do plano nacional de operacionalização da vacinação contra a covid-19".

O Butantan, por sua vez, questiona o Ministério da Saúde sobre a quantidade de doses que serão destinadas especificamente a São Paulo. O instituto afirma que poderia, assim, destinar as vacinas diretamente para a Secretaria Estadual de Saúde.

 

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