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Tartaruga de duas cabeças é encontrada nos Estados Unidos

Grupo de ambientalistas encontra filhote de tartaruga com duas cabeças na Carolina do Sul

Répteis: tartaruga com bicefalia é encontrada na Carolina do Sul (Sea Turtle Patrol Hilton Head Island/Reprodução)
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Maria Eduarda Cury

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 12h01.

São Paulo - Enquanto examinavam o ninho de uma tartaruga marinha em uma das praias subtropicais da Carolina do Sul, estado do litoral sudeste dos Estados Unidos , uma equipe de conservacionistas ambientais descobriu que um dos filhotes possuía duas cabeças. O pequeno réptil, que é considerado raro, recebeu o nome de "Crush e Esguicho", nome dos personagens tartarugas do filme Procurando Nemo, da Pixar , por conta de suas duas cabeças.

A equipe que descobriu a pequena tartaruga faz parte da instituição Patrulha das Tartarugas Marinhas, que tem como finalidade proteger os animais que vivem no litoral. O grupo atua nas praias da cidade de Hilton Head Island, na Carolina do Sul, onde o animal foi encontrado. Jayme Davidson Lopko, quem encontrou a tartaruga, compartilhou em uma publicação no seu Facebook que a Patrulha atua de acordo com as regras estabelecidas pelo Departamento de Recursos Naturais do Estado, que exige que a instituição exista apenas para proteger e cuidar dos animais que estiverem em situação de risco. “Não tiramos filhotes da praia para criar ou reabilitar. Esse rapaz está sozinho, assim como seus irmãos e irmãs que vieram do ninho e como eles fazem há milhões de anos", escreveu Lopko em seu perfil pessoal.

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Ainda que um animal com duas cabeça seja raro de se encontrar, esse fenômeno é mais comum em répteis do que nos demais animais. Lopko apontou que, durante os 15 anos que trabalha em monitoramento de ninhos, ele apenas havia encontrado duas tartarugas nestas condições - e uma delas é Crush e Esguicho. A condição, chamada de bicefalia ou policefalia, também já foi descoberta em outros répteis, como lagartos e cobras. A possível explicação para isso seria porque os répteis costumam pôr ovos que, em contato com o ambiente externo e as atuais condições ambientais, podem ser afetados e o desenvolvimento do embrião acaba sendo prejudicado.

A bicefalia, portanto, pode ser encarada como o resultado de anomalias genéticas e ambientais. Neste caso, um embrião teria a sua separação - ou divisão em dois - interrompida, fazendo com que um único corpo divida duas cabeças. Esse fenômeno também acontece com humanos, resultando em gêmeos siameses. Outra possibilidade é que dois embriões poderiam se fundir de maneira parcial, resultando também em um ser vivo com duas cabeças.

Como a instituição de proteção ambiental não deseja alterar o rumo natural dos animais, a equipe não acolheu o filhote. Em vez disso, o ajudaram a entrar no mar para nadar, já que o bebê estava encontrando dificuldades para engatinhar na areia por conta do formato anormal de sua concha. "Boa sorte e tenha uma boa viagem, cara especial", escreveu Lopko no Facebook .

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