SpaceX deve superar Boeing e lançar voo com astronautas primeiro
Empresa do executivo Elon Musk, fundador da Tesla, vai lançar em abril de 2019 o Demo-2, seu primeiro voo de teste tripulado
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2018 às 14h22.
Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 14h29.
A Space Exploration Technologies de Elon Musk deve ultrapassar a Boeing na batalha para ser a primeira empresa a transportar astronautas americanos à Estação Espacial Internacional.
A SpaceX planeja lançar o Demo-2, seu primeiro voo de teste tripulado, em abril de 2019 e o voo de teste tripulado da Boeing está programado para meados de 2019, segundo novo cronograma divulgado pela Nasa na quinta-feira. Ambas as datas são posteriores às projetadas pelas empresas.
A Nasa concedeu a ambas as empresas um total combinado de US$ 6,8 bilhões em setembro de 2014 a para recuperar a capacidade dos EUA de voar até o laboratório em órbita sem comprar assentos nas cápsulas russas Soyuz - lugares que custam cerca de US$ 80 milhões cada.
A Nasa anunciará quais astronautas voarão com a Boeing e a SpaceX em evento na sexta-feira, no Centro Espacial Johnson, em Houston, nos EUA. O veículo Starliner, da Boeing, decolará sobre o foguete Atlas 5, da United Launch Alliance, e o veículo espacial Crew Dragon, da SpaceX, viajará no foguete Falcon 9, o principal da empresa.
No mês passado, o Escritório de Controladoria do Governo (GAO, na sigla em inglês) alertou que as empresas estavam descuidando dos cronogramas para certificação da Nasa e que a Boeing alcançaria o marco em dezembro de 2019 e a SpaceX, um mês depois. É possível que nenhuma das empresas esteja pronta para transportar astronautas antes de agosto de 2020, informou o GAO em relatório.
O programa Commercial Crew tem certa urgência porque a Nasa não tem nenhum plano B para continuar transportando astronautas de e para a estação internacional depois do ano que vem. A agência adquiriu os últimos cinco assentos na Soyuz para transportes até novembro de 2019.
Assentos na Soyuz
O processo de obtenção de assentos adicionais na Soyuz pode levar até três anos, segundo o GAO. Além disso, as tensões entre os EUA e a Rússia aumentaram nos últimos meses, o que pode complicar qualquer negociação.
“Apesar de sabermos que há certo interesse e foco em quem voará primeiro, o interesse maior da Nasa é que ambas voem”, disse Stephanie Schierholz, porta-voz da agência espacial norte-americana. A Nasa preferiu não informar se conversou sobre assentos adicionais na Soyuz com as autoridades russas.
“A Nasa continua avaliando diversos cenários para garantir o acesso contínuo dos EUA à Estação Espacial Internacional”, escreveu Schierholz, por e-mail, no início da semana. “A agência está trabalhando em conjunto com parceiros comerciais e internacionais e se prepara para os possíveis ajustes de cronograma que normalmente ocorrem durante o desenvolvimento de veículos espaciais.”
Em janeiro, a Nasa havia informado que a Boeing transportaria astronautas em novembro, seguida pela SpaceX, em dezembro. As empresas originalmente tinham como meta enviar astronautas dos EUA ao espaço em 2017.
As empresas veem o envio de astronautas ao espaço como mais um passo rumo a um futuro próximo no qual as viagens espaciais irão além da órbita baixa da Terra. Provando que a SpaceX pode transportar o pessoal da Nasa com segurança, Musk, o CEO da empresa, ficaria mais perto de seu objetivo final de levar colonos humanos a Marte.