Chang'e5: cápsula chinesa voltou com dois quilos de rochas lunares (Ma Jianbing/VCG/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 10h14.
Última atualização em 17 de dezembro de 2020 às 10h27.
A sonda chinesa Chang'e5 voltou à Terra nesta quinta-feira (17) com amostras da superfície da Lua, estabelecendo um novo marco para o avanço do programa espacial da China.
A cápsula pousou com auxílio de paraquedas na região da Mongólia Interior, no norte da China, com dois quilos de solo de rochas lunares. Ela já foi resgatada por equipes chinesas e transportada para o câmpus do programa espacial em Pequim.
A Chang'e5 partiu menos de um mês atrás, no dia 23 de novembro em Wenchang, na costa nordeste da ilha de Hainan. Ela é a maior espaçonave já enviada pela China, com quatro módulos e mais de oito toneladas.
De acordo com informações da agência Associated Press, acredita-se que as rochas coletadas sejam bilhões de anos mais novas do que aquelas obtidas anteriormente pelos Estados Unidos e pela antiga União Soviética.
As amostras vêm de uma parte da Lua conhecida como Oceanus Procellarum, ou Oceano das Tempestades, perto do Mons Rumker, local onde se acredita que havia atividade vulcânica em tempos antigos.
Elas serão analisadas quanto à idade e composição e as descobertas deverão ser compartilhadas com outros países.
"A idade das amostras ajudará a preencher uma lacuna no conhecimento sobre a história da Lua entre cerca de 1 bilhão e 3 bilhões de anos atrás", disse Brad Jolliff, diretor do Centro McDonnell para Ciências Espaciais da Universidade de Washington, em entrevista à Associated Press. "Elas também podem fornecer pistas sobre a disponibilidade de recursos economicamente úteis na Lua, como hidrogênio concentrado e oxigênio."
A coleta de amostras, o lançamento do veículo na superfície da Lua e sua junção a cápsula para retornar à Terra são passos importantes para o desenvovimento do programa de exploração lunar chinês, de acordo com a administração.
“Como a missão espacial mais complexa e tecnicamente inovadora do nosso país, a Chang’e 5 alcançou várias descobertas técnicas e representa uma conquista histórica”, disse a administração em comunicado.
Agora, a China se torna o terceiro país a trazer amostras da superfície da Lua, depois dos Estados Unidos e da União Soviética, que foi a última a realizar esse tipo de missão com a Luna 24, em 1976.