Ciência

Sinovac anuncia 90% de sucesso em testes de vacina contra coronavírus

Laboratório chinês fechou parceria com o governo de São Paulo para fazer fase 3 de testes contra a covid-19 no Brasil

Vacina: mais de 90% das pessoas produziram anticorpos contra a covid-19 num intervalo de 14 dias - não foram observados efeitos colaterais (iStock/Getty Images)

Vacina: mais de 90% das pessoas produziram anticorpos contra a covid-19 num intervalo de 14 dias - não foram observados efeitos colaterais (iStock/Getty Images)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 14 de junho de 2020 às 12h25.

O laboratório chinês Sinovac, um dos mais avançados na corrida por uma vacina contra o novo coronavírus, anunciou neste domingo dois novos promissores avanços. Segundo a agência Bloomberg, mais de 90% das pessoas que receberam doses da vacina produziram anticorpos contra a covid-19 num intervalo de 14 dias. E não foram observados efeitos colaterais que coloquem em risco o prosseguimento do testes da vacina batizada de Coronavac.

O Sinovac é o mesmo laboratório que fechou parceria com o governo de São Paulo para uma fase de testes com 9.000 pessoas, conforme anunciou o governador João Doria na sexta-feira. O estado foi escolhido para uma terceira fase de testes, fundamental para a confirmação da eficácia da vacina, por ainda ter transmissão comunitária ativa do coronavírus. Segundo Doria, se tudo der certo a vacina, que pode vir a ser fabricada em parceria com o Instituto Butantã no Brasil, pode estar disponível no Sistema Único de Saúde em 2021.

O anúncio deste domingo refere-se a estágios anteriores de testes, as fases 1 e 2, feitas na China. Um total de 743 pessoas saudáveis com idades entre 18 e 59 anos receberam ou doses da vacina ou doses placebo de comparação. Segundo a Sinovac, as descobertas mais recentes serão publicadas em artigos científicos.

A vacina do Sinovac usa uma versão atenuada do Coronavírus, e está entre as cinco pesquisas chinesas que já atingiram o estágio de testes em humanos. Há outras vacinas promissoras em testes na Europa e nos Estados Unidos. Uma delas, do laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade Oxford, também será testada no Brasil, graças a uma parceria da Fundação Lemann com o Instituto D'Or. Neste sábado a AstraZeneca anunciou uma parceria com a União Europeia para a distribuição de até 400 milhões de doses da vacina.

Outra pesquisa, da Universidade Cambridge com o laboratório Moderna, entrará na fase 3 de testes nos Estados Unidos. No total, há mais de 130 vacinas contra a covid-19 em teste no mundo, com investimentos somados de 20 bilhões de dólares.

Brasil e Estados Unidos são os dois países mais atingidos pelo coronavírus, que já contaminou quase 8 milhões de pessoas em todo o mundo. Ontem, o consórcio de veículos de imprensa que agrupa informações sobre a pandemia anunciou que o Brasil chegou a 42 mil mortes a mais de 850 mil casos confirmados.

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