Ciência

Rússia cancela foguete com satélites e cria clima de guerra no espaço

Em uma situação inédita no setor aeroespacial, a agência espacial russa (Roscosmos) está se recusando a realizar o lançamento de 36 satélites para a empresa inglesa OneWeb, a não ser que suas exigências sejam atendidas.

KYZYLORDA REGION, KAZAKHSTAN - FEBRUARY 15, 2022: A Soyuz 2.1a rocket booster carrying the Progress MS-19 spacecraft is pictured at Baikonur Cosmodrome. This is the 50th launch involving Soyuz-2.1a. Roscosmos Press Office/TASS

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 (Photo by Roscosmos Press OfficeTASS via Getty Images) (Roscosmos Press OfficeTASS/Getty Images)

KYZYLORDA REGION, KAZAKHSTAN - FEBRUARY 15, 2022: A Soyuz 2.1a rocket booster carrying the Progress MS-19 spacecraft is pictured at Baikonur Cosmodrome. This is the 50th launch involving Soyuz-2.1a. Roscosmos Press Office/TASS THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY (Photo by Roscosmos Press OfficeTASS via Getty Images) (Roscosmos Press OfficeTASS/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2022 às 06h55.

Nesta sexta-feira, 4, a Rússia deveria lançar ao espaço mais um foguete Soyuz carregado com 36 satélites da empresa inglesa OneWeb. Mas, o que era para ser um evento de rotina da agência espacial Roscosmos, se tornou, ao longo da última semana, em uma extensão do conflito do país com a Otan.

O lançamento de hoje, partiria do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, e serviria para completar a constelação para acesso à internet em banda larga via satélite que a OneWeb está construindo, e que já conta com 428 dos 648 satélites programados em órbita.

No entanto, a Rússia surpreendeu as agências espaciais do mundo todo na quarta-feira, 2, ao exigir como garantia que os satélites não serão usados para fins militares, e que o governo inglês se desfaça da participação que tem na OneWeb, resultado de um resgate à empresa quando ela declarou falência em 2020.

Ao recusar o pedido, a Rússia afirmou que, a partir das 15h30 desta sexta-feira, 4, começará o desmonte do foguete, que já estava pronto para o lançamento. 

Com o episódio, é claro que a posição da Roscosmo é uma extensão da guerra contra a Ucrânia e faz parte da reação da Rússia contra as sanções econômicas que vem sofrendo.

Recentemente o país anunciou a retirada de sua equipe que trabalha para a Agência Espacial Europeia (ESA) e outros clientes em lançamentos comerciais a partir de Kourou, na Guiana Francesa. Com isso, o lançamento de outro foguete Soyuz com dois satélites para o sistema europeu de navegação Galileo, programado para 6 de Abril, foi cancelado.

Na Estação Espacial Internacional (ISS), onde a Nasa atua em conjunto com a Roscosmos há mais de 20 anos, tudo parece bem por enquanto. Só não se sabe até quando a paz reinará no espaço.

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