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Pós-graduação em Física no país tem nível de excelência

Dos 53 programas de pós-graduação na área reconhecidos no país, 26% têm nível de excelência internacional

De todos esses programas de Física com avaliação máxima, grande parte se concentra em São Paulo: na USP, Unicamp, USP São Carlos e no Instituto de Física Teórica da Unesp (Pedro Zambarda/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2012 às 11h03.

São Paulo - Dos 53 programas de pós-graduação em Física reconhecidos no país, 26% têm nível de excelência internacional. Com conceitos máximos pontuados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC), não há nenhuma outra área de conhecimento com porcentual e abrangência geográfica tão amplos. Os 14 programas com prestígio mundial na área se desmembram em cursos de mestrado e doutorado, espalhados pelo Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. Na comparação com outras áreas, os programas de Ciências Biológicas são os que mais se aproximam da Física - 24% deles são considerados de excelência. Em Medicina, o índice alcança 16%. Os dados são da Capes e foram atualizados em setembro.

De todos esses programas de Física com avaliação máxima, grande parte se concentra em São Paulo: na USP, Unicamp, USP São Carlos e no Instituto de Física Teórica da Unesp. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)e as federais do Ceará, Paraíba e Pernambuco são outras instituições que foram conceituadas com os níveis máximos de avaliação.

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Segundo Celso Pinto de Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Física, o atual panorama é consequência do processo de internacionalização na área, iniciado a partir da década de 60. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira (12), o francês Serge Haroche, vencedor do Nobel de Física deste ano, elogiou a produção brasileira na área, afirmando que o país "está num bom caminho".

Além disso, outros fatores justificam esse nível de qualidade, afirma Anderson Gomes, coordenador da última avaliação em Física da Capes.

"Praticamente todos os docentes trabalham em regime de dedicação exclusiva. O intercâmbio de professores e a pesquisa de ponta realizada com instituições estrangeiras seriam outros diferenciais que tornam nossos cursos comparáveis aos de Harvard, por exemplo", diz Gomes.

Segundo o relatório de avaliação da Capes, a Física ocupa, no Brasil, o segundo lugar no ranking de diversas áreas de conhecimento no quesito produção científica. O número de artigos, em torno de 20 mil, perde apenas para a área de Clínica Médica. Comparado a outros 30 países, o Brasil ocuparia a posição de 16.º nesse item.

E o nível de qualidade da Física no Brasil acaba atraindo pesquisadores de outros países, afirma Sergio Ribeiro Teixeira. "Temos mais de cem alunos, incluindo discentes do Peru, Bolívia, Colômbia e até do Paquistão."

No caso da UFRGS, a energia renovável e a astronomia são destaques. "Com estudos nessas áreas é possível, por exemplo, melhorar a resolução de imagens de mamografias, e até desenvolver um sistema mais eficiente de detecção de toxinas nos alimentos", afirma Teixeira.


Porém, o progresso da área dentro do ambiente acadêmico não é acompanhado pela presença dos pesquisadores nas indústrias, alerta Pinto de Melo. "Essa seria a principal deficiência: falta inserir o pesquisador na indústria, que pode ser tanto a eletrônica quanto a de cervejas."

A necessidade de investimento em mais centros de pesquisa é outro ponto levantado pelo pesquisador Ernesto Mané, de 28 anos. Após retornar de um doutorado em Física Nuclear na Inglaterra, ele acredita que o Brasil deveria investir mais em projetos nessa área. "Principalmente na medicina nuclear e na produção de radiofármacos", diz.

Bolsas

Com o nível de qualificação internacional, quase todos os programas de pós-graduação em Física no país aumentaram as verbas destinadas à pesquisa, aponta relatório do MEC. Apenas nos últimos cinco anos, o volume de recursos para apoio a projetos de Física desembolsados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) aumentou mais de 45%. Dos R$ 938 milhões liberados em 2011, Física garantiu 5%. A área médica recebeu 10%.

Mas no número de pesquisadores na categoria mais prestigiosa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a área desbanca Medicina. Em Física, 77 dos bolsistas são "1A", classificação que atesta a qualidade da produção científica do pesquisador e confirma sua inserção nacional e internacional. Medicina acumulava 59 bolsistas 1A, segundo posição do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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