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Poluição global volta a aumentar e só deve atingir pico em 2040

A expansão econômica e a demanda por eletricidade contribuíram para o aumento de 1,9% das emissões de dióxido de carbono de fontes de energia

Poluição: Os países em desenvolvimento instalaram mais usinas de carvão, enquanto nações industrializadas trabalham para eliminar o combustível (Alexandros Maragos/Getty Images)

Lucas Agrela

Publicado em 20 de novembro de 2019 às 05h55.

Última atualização em 20 de novembro de 2019 às 06h55.

A poluição global causada por gases de efeito estufa aumentou pelo segundo ano, o que interrompe uma pausa nas emissões e abre caminho para novos aumentos até 2040, a menos que os governos tomem medidas radicais.

As conclusões do relatório anual da Agência Internacional de Energia apresentam uma perspectiva sombria sobre os esforços para combater as mudanças climáticas e marcam um revés para o movimento ambiental cada vez mais ativo.

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Segundo o relatório, os níveis de emissões teriam que começar a cair quase imediatamente para alinhar o mundo às ambições do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura para bem abaixo de 2 graus Celsius no período desde a Revolução Industrial. No entanto, o cenário mais provável da agência mostra que as emissões líquidas só devem ser zeradas em 2070, ou 20 anos depois do prazo sugerido por cientistas do clima.

A forte expansão econômica, a crescente demanda por eletricidade e os ganhos mais lentos de eficiência contribuíram para o aumento de 1,9% das emissões de dióxido de carbono de fontes de energia em 2018, informou a AIE em relatório.

É outro sinal de que as iniciativas para diminuir o uso de combustíveis mais poluentes ainda são muito lentas para ter um grande impacto na preservação do meio ambiente. Embora os setores de energia eólica e solar estejam crescendo, a sede por energia do mundo em desenvolvimento também eleva o consumo de carvão e de outros combustíveis fósseis, emitindo mais poluição na atmosfera.

O relatório deste ano também descarta a ideia de que a poluição já poderia ter atingido o pico. Entre 2014 a 2016, as emissões de carbono diminuíram. Mas aumentaram em 2017 e, novamente, no ano passado, segundo os dados mais recentes de gases de efeito estufa compilados pela AIE.

Os países em desenvolvimento instalaram mais usinas de carvão, enquanto nações industrializadas trabalham para eliminar o combustível, um legado que será sentido nos próximos anos já que as usinas são construídas para operar por décadas.

A AIE diz que são necessários cortes rápidos das emissões para impedir que o aumento da temperatura ultrapasse a marca de 2 graus. Se a poluição atingisse o pico agora, haveria uma probabilidade de 66% de manter o aumento médio global abaixo de 1,8 grau.

“Algo não está certo no sistema quando os investimentos em combustíveis fósseis continuam, embora, de acordo com o Acordo de Paris, devam ser eliminados até 2050”, disse Mette Kahlin McVeigh, diretora do Programa Climático do grupo de pesquisa sueco Fores. “Ou as políticas são muito fracas ou o mundo simplesmente não acredita que precisa mudar.”

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