Ciência

Pfizer vai testar eficácia de vacina contra nova variante da África do Sul

Expectativa é que resultados saiam em duas semanas, diz porta-voz

Pfizer: de acordo com a BioNTech, a variante B.1.1.529 "difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína do pico" (Luke Dray/Getty Images)

Pfizer: de acordo com a BioNTech, a variante B.1.1.529 "difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína do pico" (Luke Dray/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 26 de novembro de 2021 às 11h23.

Última atualização em 26 de novembro de 2021 às 11h27.

Um porta-voz da BioNTech, que desenvolveu em parceria com a Pfizer a vacina contra a covid-19, disse à agência de notícias AFP, nesta sexta-feira, que a fabricante está estudando urgentemente a eficácia do imunizante contra a variante B.1.1.529 detectada na África do Sul.

— Esperamos mais dados dos testes de laboratório em no máximo duas semanas. Esses dados fornecerão mais informações sobre se a B.1.1.529 pode ser uma variante que exija um ajuste de nossa vacina se a variante se espalhar globalmente — acrescentou.

A detecção dessa nova variante por cientistas sul-africanos gerou alarme global, com a preocupação de que suas numerosas mutações possam torná-la ainda mais perigosa do que a altamente contagiosa variante Delta. Se for considerada uma variante de preocupação pelo Organização Mundial da Saúde (OMS), ela deve ser chamada de Nu, a próxima letra grega - esse alfabeto é usado para nomear essas mutações.

Após o anúncio, vários países — incluindo Reino Unido, Itália e Alemanha — decidiram fechar as portas aos viajantes de vários estados do sul da África.

De acordo com a BioNTech, a variante B.1.1.529 "difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína do pico".  Ainda não há, porém, confirmação científica de que a variante esteja ligada a escape vacinal nem que seja mais transmissível.

— A Pfizer e a BioNTech se prepararam há vários meses para ajustar sua vacina em menos de seis semanas e entregar as primeiras doses em 100 dias se uma variante se mostrasse resistente — enfatizou o porta-voz do laboratório.

A Pfizer é um dos quatro imunizantes usados na campanha nacional de vacinação do Brasil, junto de Coronavac, AstraZeneca e Janssen. Ainda não existem informações sobre o desempenho dessas outras marcas ante a nova cepa identificada.

Segundo a Rede para Vigilância Genômica da África do Sul, a variante já foi identificada em amostras coletadas de 12 a 20 de novembro em Gauteng, Botswana e em Hong Kong, de um viajante sul-africano. "Podemos fazer algumas previsões sobre o impacto das mutações nesta variante, mas ainda é incerto, e as vacinas continuam a ser a ferramenta crítica para nos proteger", disse a instituição.

Nesta sexta-feira, 26, o governo sul-africano fará uma sessão de urgência com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a evolução do vírus. 

Com Agência o Globo e Estadão Conteúdo.

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