Ciência

Pela 1ª vez, cientistas vão infectar pacientes com coronavírus para testar vacinas

Voluntários jovens e saudáveis ​​serão infectados com coronavírus para testar vacinas e tratamentos no primeiro estudo desse tipo do mundo, que será realizado no Reino Unido

 (./Reprodução)

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André Martins

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 14h01.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2021 às 14h29.

Um estudo clínico que pretende injetar uma pequena dose de coronavírus em 90 voluntários começará nas próximas semanas no Reino Unido, anunciou o governo nesta quarta-feira (17), depois que o projeto foi aprovado pela comissão de ética.

O ensaio tentará avaliar a menor quantidade de vírus necessária para causar uma infecção, com o objetivo de desenvolver vacinas e tratamentos para a doença.

O estudo, sem precedentes no mundo, consistirá em injetar uma dose baixa do coronavírus em até 90 voluntários saudáveis de entre 18 e 30 anos em um ambiente seguro, explicou o governo em um comunicado.

Os voluntários terão o vírus injetado no nariz e passarão 14 dias em quarentena no hospital, sendo monitorados de perto por uma equipe médica.

"Apesar do progresso muito positivo no desenvolvimento de vacinas, queremos encontrar as melhores  e mais eficazes vacinas para um uso a longo prazo", disse o ministro de Empresa, Kwasi Kwarteng.

Inicialmente, o estudo usará o vírus que circula no Reino Unido desde o início da pandemia em março, que é de baixo risco para adultos saudáveis.

O estudo "ajudará a acelerar o conhecimento dos cientistas sobre como o coronavírus afeta as pessoas e pode favorecer no desenvolvimento rápido de vacinas", acrescentou.

O Reino Unido, um dos países mais afetados da Europa pelo coronavírus com mais de 118.000 mortes, foi a primeira nação ocidental a lançar uma campanha de vacinação em massa contra a covid-19 em dezembro.

Mais de 15 milhões de pessoas, incluindo os maiores de 70 anos e os profissionais de saúde, receberam a primeira dose da vacina.

O estudo, financiado pelo governo com um valor de 33,6 milhões de libras (46,5 milhõe de dolares), é realizado em associação com o Royal Free Hospital de Londres.

Assim que concluída a fase inicial do estudo, as vacinas validadas por ensaios clínicos serão administradas em um pequeno número de voluntários que foram expostos ao vírus da covid-19, com objetivo de identificar as vacinas mais eficazes.

"Nosso objetivo final é averiguar quais vacinas e tratamentos funcionam melhor para combater esta doença, mas precisamos de voluntários para nos apoiar neste trabalho", disse o pesquisador-chefe Chris Chiu do Imperial College de Londres.

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