Oceanos aquecem mais rápido que o esperado e batem recorde de calor
"O aquecimento global está aqui e já tem grandes consequências. Não resta dúvida, nenhuma!", escreveram os autores do estudo
Reuters
Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 18h38.
Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 19h08.
Oslo - Os oceanos estão se aquecendo mais rápido do que o estimado anteriormente, tendo atingido um novo recorde de temperatura em 2018 e mantendo uma tendência prejudicial à vida marinha, disseram cientistas nesta quinta-feira.
Novas medições, feitas com o auxílio de um rede internacional de 3,9 mil flutuantes lançados nos oceanos desde o ano 2000, mostraram o aquecimento mais acentuado desde 1971 e maior do que o calculado pela mais recente avaliação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aquecimento global, feita em 2013, segundo os pesquisadores.
Eles acrescentaram que "registros observacionais do calor interno do oceano mostram que o aquecimento está acelerando", escreveram cientistas da China e dos Estados Unidos em estudo publicado na revista Science, para o qual foram medidas as temperaturas até os 2 mil metros de profundidade.
A emissão de gases do efeito estufa pela ação humana estão aquecendo a atmosfera, de acordo com a grande maioria dos climatologistas, e uma grande parte desse calor é absorvida pelos oceanos. Isso obriga a vida marinha a fugir para águas mais frias.
"O aquecimento global está aqui e já tem grandes consequências. Não resta dúvida, nenhuma!", escreveram os autores do estudo em um comunicado.
Pelo Acordo do Clima de Paris, cerca de 200 países concordaram em reduzir o uso de combustíveis fósseis ainda neste século, com o objetivo de conter o aquecimento. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que quer promover os combustíveis fósseis produzidos nos EUA, planeja se retirar do pacto em 2020.