Ciência

Nova imagem de telescópio revela ainda mais detalhes sobre buraco negro

Cientistas divulgaram nova imagem do massivo buraco negro no centro da galáxia M87, a 55 milhões de anos luz da Terra

Nova imagem aponta para comportamento previsto por Einstein na teoria geral da relatividade (EHT collaboration/Divulgação)

Nova imagem aponta para comportamento previsto por Einstein na teoria geral da relatividade (EHT collaboration/Divulgação)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 25 de março de 2021 às 08h57.

O telescópio Event Horizon, que fotografou um buraco negro pela primeira vez em 2019, divulgou novas imagens do objeto astronômico nesta quarta-feira, 24.

As novas imagens são mais detalhadas e mostram a luz polarizada em torno do buraco negro. É a primeira vez que cientistas conseguem capturar a polarização à beira de um buraco negro, apontando para um sinal de fortes campos magnéticos.

O buraco negro em questão está localizado no centro da enorme galáxia Messier 87 (M87), que fica a 55 milhões de anos-luz da Terra. Para conseguir a imagem, o Event Horizon dispôs de super-computadores,  oito telescópios localizados nos cinco continentes, centenas de pesquisadores e quantidades enormes de dados.

A imagem também serve para confirmar o trabalho do físico Albert Einstein, cuja teoria geral da relatividade, discutida inicialmente há mais de 100 anos, previu a existência de ondas gravitacionais e que a silhueta ou sombra de um buraco negro seria circular. A imagem divulgada corrobora a tese. "Hoje, a relatividade geral passou em mais um teste crucial", disse Avery Broderick, cientista envolvido na captura das imagens, em coletiva de imprensa.

O Telescópio Event Horizon também está ajudando os cientistas a responder algumas questões complexas da ciência, como entender como os buracos negros crescem e o que faz o material que orbita ao seu redor eventualmente "cair" dentro do buraco. A pesquisa poderia trazer informações sobre o buraco negro no centro da nossa galáxia, Sagitário A.

"Buracos negros são disruptores da ordem cósmica na maior escala do universo. E eles ajudam a moldar o formato das galáxias e conjuntos de galáxias", disse Sera Markoff, astrofísica da Universidade de Amsterdam.

 

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