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NASA quer fazer um helicóptero voar em Marte pela primeira vez

Nasa quer provar que é possível fazer um veículo voar em outro planeta.

Pequeno helicóptero Ingenuity deve realizar um feito: subir no ar com densidade equivalente a 1% da atmosfera terrestre. (© Agence France-Presse/AFP)

Marília Almeida

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 18h09.

Mais de um século depois do primeiro voo motorizado na Terra, a NASA quer provar que é possível fazer um veículo voar em outro planeta.

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Transportado a bordo da missão Mars 2020, que chega ao seu destino na quinta-feira, o pequeno helicóptero Ingenuity deve realizar um feito histórico: subir no ar com uma densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera terrestre.

Helicóptero ultraleve

Ingenuity, na verdade, se parece mais com um grande drone. O principal desafio para os engenheiros era torná-lo o mais leve possível, de modo que seja capaz subir em um ar extremamente leve. Pesa apenas 1,8 kg.

É composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas. Mede 1,2 metros de uma extremidade à outra de uma hélice.

As hélices girarão a uma velocidade de 2.400 rpm (rotações por minuto), aproximadamente cinco vezes mais rápido que um helicóptero padrão.

Ingenuity está equipado com painéis solares para recarregar suas baterias. Grande parte de sua energia servirá para se manter quente (faz -90 °C à noite em Marte). Também pode tirar fotos e vídeos.

O helicóptero viaja preso à parte inferior do corpo do Perseverance, o veículo principal da missão. Uma vez em Marte, se desprenderá para cair no solo e o rover rolará sobre ele para que possa se afastar.

Voos de 90 segundos

Ingenuity deve realizar até cinco voos de dificuldade gradual durante um período de um mês imediatamente após a chegada do Perseverance.

Ingenuity pode subir até cinco metros de altura e se deslocar até 300 metros, mas irá muito menos longe no primeiro teste.

Cada voo pode durar o máximo de um minuto e meio, "o que não é pouca coisa em comparação com os 12 segundos" do primeiro voo motorizado na Terra, argumenta a NASA.

Devido ao atraso na transmissão de cerca de vinte minutos entre a Terra e Marte, não tem como controlá-lo à distância. Voará em autonomia: vai programado com alguns comandos, mas depois terá que valer por si mesmo graças a uma série de sensores que o ajudarão a se locomover.

Os resultados dos voos serão recebidos na Terra muito depois de acontecerem.

Para quê?

Este experimento é o que a NASA chama de uma missão de demonstração: não tem nenhum objetivo científico, exceto demonstrar que é possível voar em Marte e recolher dados sobre o comportamento de uma nave em outro planeta.

No futuro, essas aeronaves poderiam "marcar o início de uma era completamente nova de exploração de Marte", disse com entusiasmo Bob Balaram, engenheiro chefe do projeto, dando a possibilidade de chegar aonde os rovers não podem ir, como por exemplo acima dos canhões.

Também é possível imaginar que este tipo de nave vá buscar, para depois trazer de volta a uma base, amostras coletadas por missões anteriores. Por exemplo, as amostras que Perseverance deve começar a recolher na próxima fase da missão Marte 2020.

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