Ciência

Nasa confirma visita de asteroide interestelar ao Sistema Solar

Acontecimento, sem precedentes na história de observação da agência, levanta a hipótese sobre a intercomunicação entre mundos estelares diferentes

Sistema Solar: descoberta está abrindo uma nova janela para estudar a formação de sistemas solares além do nosso próprio (Domínio Público/Reprodução)

Sistema Solar: descoberta está abrindo uma nova janela para estudar a formação de sistemas solares além do nosso próprio (Domínio Público/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 13h01.

A Nasa confirmou ontem (27) a presença do primeiro asteroide interstelar, vindo de outra galáxia, em nosso sistema solar. O asteroide de formato alongado e composição rochosa começou a ser observado na Via Láctea desde outubro pela agencia espacial.

Os cientistas da Nasa afirmam que este é caso sem precedentes na história de observação da agência. A presença dele levanta a hipótese sobre a intercomunicação entre mundos estelares diferentes.

As informações sobre o asteroide visitante foram publicadas na revista científica Nature e no site da agência. O objeto ganhou o nome de Oumuamua, que quer dizer mensageiro em havaiano.

O asteroide tem 400 metros de comprimento. A forma do Oumuamua também chama atenção. Segundo a Nasa, é um formato incomum também não encontrado anteriormente em cerca de 750 mil asteroides e cometas observados agora no sistema solar que abriga a Terra.

Ele é maior que qualquer asteróide ou cometa observado na Via Lactea até agora segundo os astronomos que trabalham na observação do Oumuamua.

A Nasa já confirmou que a órbita do asteroide não foi originada dentro do nosso sistema solar e agora os cientistas acreditam que um asteroide interestelar similar a este passe anualmente dentro da Via Lactea. Mas outros como este ainda não haviam sido detectados, porque só recentemente os chamados telescópios de rastreio, como a Pan-STARRS, têm a potência e precisão necessárias para descobri-los.

"Durante décadas nós temos a teoria de que tais objetos interestelares estão lá fora, e agora - pela primeira vez - temos evidência direta de que eles existem", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da Nasa em Washington, em um artigo publicado no site da Agência.

Segundo ele, a descoberta está abrindo uma nova janela para estudar a formação de sistemas solares além do nosso próprio.

Telescópios de vários lugares do mundo detectaram o asteroide, entre eles o Very Large Telescope do Chile, mas o Instituto de Astronomia no Havai fez as maiores descobertas sobre ele, cruzando dados recebidos de satélites e telescópios terrestres.

A equipe do Havai, liderada por Karen Meech, foi a primeira a visualizar o asteroide e descobriu que o Oumuamua gira sobre seu eixo a cada 7,3 horas.

Além disso ele tem intensidade de luz (brilho) variante. Segundo a Nasa, nenhum asteroide conhecido ou cometa do nosso sistema solar varia muito em brilho, com uma grande relação entre tal comprimento e largura.

Tais características sugerem que ele seja denso e composto por metais de rocha e, possivelmente, não tem água ou gelo. Sua superfície foi avermelhada devido aos efeitos da irradiação de raios cósmicos de mais de centenas de milhões de anos.

Oumuamua já está se afastando da Terra. Ele viaja a cerca de 85.700 milhas por hora (38,3 quilômetros por segundo). Ele vai viajar para além da órbita de Saturno em janeiro 2019 e depois deixará a Via Lactea. Segundo a Nasa, Oumuamua irá em direção a constelação de Pegasus.

 

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