Mutações podem ajudar coronavírus a enganar anticorpos
Pesquisa foi feita por cientistas da Universidade de Rockefeller, em Nova York, nos Estados Unidos
Tamires Vitorio
Publicado em 28 de julho de 2020 às 10h41.
As mutações do novo coronavírus podem ajudá-lo a enganar os anticorpos já existentes da doença, segundo um estudo preliminar, ainda sem revisão de pares, feito por cientistas da Universidade de Rockefeller, em Nova York, nos Estados Unidos.
Embora a frequência das mutações seja bastante baixa nos casos de covid-19, elas foram encontradas em diferentes amostras de infectados no mundo todo.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas Theodora Hatziioannou e Paul Bieniasz criaram uma versão do vírus da estomatite vesicular para desenvolver a espícula de proteína na presença de anticorpos neutralizantes. A proteína do vírus de laboratório, com as suas mutações, então, foram capazes de enganar e escapar dos anticorpos neutralizantes.
Os anticorpos contra a Sars-CoV-2 têm sido bastante estudados nos últimos meses e pesquisadores têm tentado criar terapias e até vacinas com base no sangue dos indíviduos que se recuperaram da doença.
Na última semana, pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram novos anticorpos que podem neutralizar a doença.
Quanto tempo dura a imunidade ao coronavírus?
Um estudo divulgado neste mês pela universidade King’s College, de Londres, indicou que os níveis de anticorpos contra o coronavírus chegam ao pico três semanas após o início dos sintomas. No entanto, a contagem de anticorpos diminuiu rapidamente nas semanas seguintes.
Outra pesquisa, feita com base em um vírus semelhante por pesquisadores de Singapura, informa que a proteção contra o vírus podem ser “lembrada” por anos pelo organismo humano. Um tipo de células do sistema imunológico, as células T, ainda estão ativas contra o vírus Sars (também da família coronavírus) 17 anos depois da infecção.
Apesar do avanço das pesquisas, o tempo de duração da imunidade contra o novo coronavírus permanece um mistério e apenas mais estudos sobre o tema poderão revelar por quanto tempo o corpo humano pode ficar protegido de novas infecções.