Paletsra do Mais Médicos: cubanos abandonaram o programa federal e pediram refúgio ao Brasil (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2014 às 15h47.
São Paulo - O não pagamento do salário do mês de março e a diferença de remuneração entre cubanos e demais profissionais do Mais Médicos foram os motivos que levaram Raul Vargas, de 51 anos, e Okanis Diaz Borrego, de 29, a abandonarem o programa federal e pedirem refúgio ao Brasil.
Com o auxílio da Associação Médica Brasileira (AMB), os dois cubanos deixaram a cidade de Senador José Porfirio, no Pará, onde trabalhavam desde dezembro, procuraram a Polícia Federal no estado nesta segunda-feira, 2, e entraram com pedido de refúgio, que garante que eles não sejam deportados até que a solicitação seja julgada.
"Quando chegamos ao Brasil, não sabíamos que íamos ganhar menos que os outros profissionais do Mais Médicos. Foi a Ramona que nos abriu os olhos", disse, na manhã desta terça-feira, 3, Vargas, referindo-se à médica Ramona Rodríguez, primeira cubana a abandonar o programa e tornar pública a diferença de salários.
Enquanto os profissionais cubanos recebem R$ 2,9 mil, os demais participantes recebem R$ 10 mil.
Os médicos também afirmaram que o pagamento de março não foi feito até hoje.
"Tentamos falar com o coordenador do programa e ele não tinha respostas. Pelo que conversamos com os colegas, nenhum cubano participante do programa recebeu", disse Vargas.
Os cubanos foram trazidos a São Paulo pela AMB, que vai oferecer emprego em área administrativa e preparação para que os médicos possam fazer o exame Revalida.
Caso sejam aprovados, eles poderão trabalhar como médicos no país.