Bonobo: "Ficamos surpresos com o fato de que o padrão encontrado nos bonobos é surpreendentemente semelhante ao padrão nos seres humanos modernos" (Finbarr O'Reilly/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 15h51.
Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 17h30.
Assim como os seres humanos que precisam de óculos de leitura quando envelhecem, os macacos bonobo selvagens idosos também poderiam se beneficiar do uso de lentes, segundo uma pesquisa publicada nesta semana.
Os bonobos, que estão entre os parentes primatas mais próximos dos seres humanos, começam a mostrar sintomas de hipermetropia quando atingem 40 anos de idade, de acordo com o estudo, publicado na edição de 7 de novembro da revista Current Biology.
"Ficamos surpresos com o fato de que o padrão encontrado nos bonobos é surpreendentemente semelhante ao padrão nos seres humanos modernos", disse o coautor do estudo Heungjin Ryu, do Instituto de Pesquisa de Primatas da Universidade de Kyoto.
Usando fotografias digitais, os pesquisadores descobriram que a distância a que os primatas se mantêm quando praticam a catação uns nos outros aumenta exponencialmente com a idade, implicando que sua visão piora ao longo do tempo.
Assim como os idosos que esticam os braços para poder ler o jornal, os bonobos mais velhos se afastam para avistar melhor os insetos e galhos nos pelos dos seus companheiros.
"Os resultados que encontramos foram muito surpreendentes até para nós", disse Ryu. "Quando eu comecei a coletar dados, eu não esperava que a idade pudesse ser um preditor tão forte da hipermetropia".
As descobertas sugerem que a dificuldade de ver de perto não é necessariamente uma aflição moderna resultante de excesso de tempo de leitura ou com os olhos grudados nas telas, mas um efeito genético arraigado do envelhecimento.
No entanto, os padrões de envelhecimento nos humanos e nos bonobos variam de outras formas.
À medida que as pessoas envelhecem, suas orelhas ficam maiores, enquanto as dos bonobos permanecem inalteradas, por exemplo.