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Ax-1: em missão, astronauta usará líquido para criar lente de telescópio

Técnica é relativamente simples, mas ausência de gravidade é necessária; entenda por que experimento é tão importante

FLUTE: israelense Eytan Stribe, especialista da missão Ax-1, irá conduzir experimento com a tecnologia (SpaceX/Divulgação)
LP

Laura Pancini

Publicado em 11 de abril de 2022 às 11h59.

Última atualização em 11 de abril de 2022 às 12h01.

A bordo da Estação Espacial Internacional, os tripulantes privados da missão Ax-1 estão conduzindo uma série de experimentos. Entre eles, há um que pode ajudar a Nasa a construir telescópios espaciais maiores do que nunca, através do uso de líquidos no espaço.

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O Fluidic Telescope Experiment (FLUTE) é um programa projetado para investigar o uso de líquidos na construção de lentes de telescópio.

No espaço, a formação da lente é mais fácil com o uso de polímeros de cristal líquido, desde que o material seja enviado junto com o astronauta.

"A física natural dos fluidos simplesmente faz todo o trabalho para nós", disse Moran Bercovici, professor associado de Engenharia Mecânica do Technion, instituto de tecnologia de Israel que colabora com o projeto.

Caso a técnica dê certo, os telescópios espaciais podem se tornar muito maiores (e, portanto, mais potentes) do que atualmente é possível.

O experimento já foi testado na Terra, usando "períodos de microgravidade" curtos para a lente tomar forma. Porém, quando a gravidade voltava a entrar em ação, os óleos escorriam e a técnica falhava. Por isso que fazer o teste no espaço é tão importante.

A missão Ax-1 , coordenada pela empresa Axiom Space e enviado em uma espaçonave CrewDragon, da SpaceX, enviou quatro passageiros privados (ou seja, que atualmente não são astronautas de agências ou empresas espaciais) para a ISS nesta última sexta, 8.

Agora, o especialista da missão, Eytan Stibbe, realizará um experimento demonstrando a tecnologia. Ele irá criar uma lente de polímeros líquidos e endurecer ela através de luz ultravioleta ou temperatura, uma técnica semelhante à criação de unhas de acrílico em salões de beleza.

A técnica funciona porque a microgravidade ajuda na modelagem da lente. Ela é mais fácil do que os processos atuais, já que não é necessário moar ou polir o material.

“Na microgravidade, os líquidos assumem formas que são úteis para fazer lentes e espelhos, então, se os fizermos no espaço, eles poderão ser usados ​​para construir telescópios dramaticamente maiores do que se pensava ser possível”, disse Edward Balaban, pesquisador da Nasa e da FLUTE, em comunicado.

"Se nosso experimento for bem sucedido, será a primeira vez que um componente óptico é feito no espaço", disse Balaban.

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