Ciência

Laboratório espacial chinês se transformará em bola de fogo celeste

Um laboratório espacial chinês fora de controle entrará na atmosfera terrestre nas próximas 24 horas, a uma velocidade superior a 26.000 km/h

Montagem de duas imagens da estação espacial chinesa Tiangong-1, que pode cair na Terra nos próximos dias (Fraunhofer FHR/ESA/Divulgação)

Montagem de duas imagens da estação espacial chinesa Tiangong-1, que pode cair na Terra nos próximos dias (Fraunhofer FHR/ESA/Divulgação)

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AFP

Publicado em 1 de abril de 2018 às 10h20.

Um laboratório espacial chinês fora de controle entrará na atmosfera terrestre nas próximas 24 horas, a uma velocidade superior a 26.000 km/h, antes de desintegrar-se em uma bola de fogo celeste, anunciaram neste domingo as autoridades de Pequim.

O módulo Tiangong-1 deve cair na Terra na segunda-feira (horário de Pequim), de acordo com a Agência de Engenharia Espacial Tripulada da China (CMSEO), o que coincide aproximadamente com as projeções da Agência Espacial Europeia (ESA).

O laboratório espacial abandonado pesa quase oito toneladas, mas não deve provocar danos em sua queda. A China afirma que será um espetáculo "esplêndido", similar a uma chuva de meteoritos.

A janela de entrada, no entanto, pode sofrer variações, advertiu a ESA no sábado. Também não é possível determinar onde cairão os destroços: qualquer ponto entre as latitudes de 43 graus Norte e 43 graus Sul, ou seja, da Nova Zelândia até o meio oeste dos Estados Unidos.

Este laboratório foi colocado em órbita em setembro de 2011 e estava programado para fazer uma entrada controlada na atmosfera, mas parou de funcionar em março de 2016, o que gerou preocupação com a "queda".

Mas a probabilidade de um humano ser atingido por um objeto espacial de mais de 200 gramas é de uma entre 700 milhões, de acordo com a CMSEO.

"As pessoas não têm que se preocupar", garantiu a CMSEO.

"Estas espaçonaves não caem violentamente na Terra como nos filmes de ficção científica, mas se transformam em uma esplêndida (chuva de meteoros) e atravessam um céu coberto de estrelas em seu caminho para a Terra", explicou a agência.

O Tiangong-1, ou "Palácio celeste 1", foi utilizado para realizar experimentos médicos. O laboratório também era considerado uma etapa preliminar na construção de uma Estação Espacial Chinesa.

Em 60 anos de voos espaciais foram registradas quase 6.000 entradas não controladas na atmosfera de grandes objetos fabricados pelo homem e apenas um destroço atingiu uma pessoa, sem provocar ferimento, de acordo com Stijn Lemmens, analista da ESA.

O calor e a fricção cada vez mais intensas provocarão o incêndio ou explosão da estrutura principal do laboratório. A desintegração desta parte do Tiangong-1 deve acontecer a uma altitude de 80 km.

A maioria dos fragmentos irá se dissipar no ar e uma pequena quantidade de detritos provavelmente cairá no mar, que cobre mais de 70% da superfície da Terra.

Jonathan McDowell, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, acredita que o Tiangong-1 é a 50º maior objeto fora de controle a cair na Terra desde 1957.

A China investe bilhões de dólares na conquista do espaço. Pequim vê seu programa espacial, coordenado pelo exército, como um símbolo da força do país e planeja enviar uma missão tripulada à Lua no futuro.

O país colocou outro laboratório, Tiangong-2, em órbita em setembro de 2016 e espera transformá-lo em uma estação espacial tripulada em 2022, momento em que a Estação Espacial Internacional não estará mais em funcionamento.

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