Invenção de R$ 0,60 pode mudar medicina em países pobres
Bioengenheiros de Stanford criam dispositivo simples e barato que pode salvar milhares de vidas em ambientes sem infraestrutura para medicina
Victor Caputo
Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 12 de janeiro de 2017 às 05h55.
São Paulo – Uma invenção que custa menos de um real pode mudar a medicina e salvar vidas em países pobres e locais sem infraestrutura. A criação foi batizada de “Paperfuge”, uma junção de paper (papel) e centrifuge (centrífuga).
Ele foi desenhado por pesquisadores de Stanford. Um deles, Manu Prakash, um professor assistente de bioengenharia da universidade de Stanford, tem como linha de pesquisa a criação de soluções baratas com foco no cuidado da saúde em países pobres.
O Paperfuge se encaixa bem nesse trabalho: seus materiais saem por cerca de 20 centavos de dólares (perto dos 60 centavos brasileiros) e pode ter grande impacto no mundo.
As centrífugas são equipamentos cruciais para a detecção de portadores do vírus HIV , confirmação de casos de malária, entre outros procedimentos médicos.
Para funcionar, as centrífugas precisam de espaço (são geralmente grandes), eletricidade e dinheiro. “Um bilhão de pessoas em nosso planeta vivem sem eletricidade, infraestrutura, estradas e qualquer tipo de assistência média”, diz Prakash em um vídeo produzido por Stanford.
Inspirado em um antigo brinquedo, o novo apetrecho substitui as centrífugas no trabalho de separar o plasma do sangue. Ao colocar um fino tubo de vidro preenchido com sangue e brincar com o Paperfuge, o conteúdo gira a uma grande velocidade.
Alguns testes mostraram que a amostra de sangue pode girar a até 125.000 rpm (rotações por minuto). Para comparação, uma centrífuga profissional fira a 15.800 rpm.
Veja abaixo um vídeo (em inglês) sobre o Paperfuge.