Grupo estuda "bafômetro" para detectar diabete
O projeto teve início em 2014 e, com os aprimoramentos previstos e testes clínicos, pode se tornar uma realidade em quatro anos.
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de fevereiro de 2017 às 09h43.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2017 às 17h08.
São Paulo - O objetivo era criar um sensor para detectar gases tóxicos, mas um grupo de pesquisadores brasileiros, franceses e espanhóis acabou desenvolvendo um modelo de "bafômetro" para livrar os pacientes com diabete das incômodas picadas no dedo para verificar o índice de glicemia no sangue.
O projeto teve início em 2014 e, com os aprimoramentos previstos e testes clínicos, pode se tornar uma realidade em quatro anos.
O dispositivo consegue detectar o nível de glicemia no paciente por meio da acetona presente no hálito dele.
Segundo Luis Fernando da Silva, professor do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a acetona é exalada no hálito de todas as pessoas, mas aparece em maior quantidade nas pessoas com diabete. "O paciente com diabete tem um nível de acetona maior do que o de uma pessoa saudável. É quase o dobro."
A ideia é que o dispositivo seja confeccionado como uma espécie de "bafômetro". "Ele forneceria o nível de diabete sem a necessidade de um exame invasivo", ressalta. Segundo o professor, o dispositivo utiliza o composto tungstato de prata, que é sensível à acetona.
Aprimoramento
O pesquisador, que integra o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais - núcleo ligado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) -, diz que, embora o protótipo tenha se mostrado eficiente para detectar a substância mesmo em pequenas quantidades, ainda precisa de aprimoramentos.
"Estamos estudando a vida média (do aparelho) e, até chegar à população, pode demorar em torno de quatro anos. Estamos pesquisando também materiais para ter uma ação melhor no caso de diabete."
O grupo é formado por pesquisadores da UFSCar, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual do Piauí (UEP), Universitat Jaume I (Castellón, Espanha) e da Aix-Marseille Université (Marseille, França).As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.