Fiocruz registra imagens de replicação do vírus monkeypox em célula
A ampliação da imagem em até 40 mil vezes permitiu mostrar de perto as partículas virais em processo de replicação no citoplasma da célula
Agência Brasil
Publicado em 29 de agosto de 2022 às 18h44.
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conseguiram registrar em imagens o momento em que uma célula sofre processo de degeneração após infecção pelo vírus monkeypox, responsável pela varíola dos macacos. A ampliação da imagem em até 40 mil vezes permitiu mostrar de perto as partículas virais em processo de replicação no citoplasma da célula.
Segundo os pesquisadores, estima-se que o vírus monkeypox meça 300 nanômetros, o que equivale a 0,00003 centímetro. Apesar de ser 300 vezes menor que a célula, os cientistas avaliam que ele se replica com facilidade ao conseguir infectá-la.
A captação das imagens se deu durante um estudo sobre replicação viral, a partir de uma amostra clínica de um paciente infectado que foi posta em contato com células de linhagem Vero, frequentemente utilizadas para ensaios in vitro e isolamento viral.
A pesquisa é coordenada pela chefe do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral, Debora Ferreira Barreto Vieira, com colaboração de sua equipe (Milene Dias Miranda, Gabriela Cardoso Caldas e Vivian Ferreira), em parceria com pesquisadores do Laboratório de Enterovírus, referência em diagnóstico laboratorial em monkeypox para o Ministério da Saúde.
A monkeypox, também chamada de varíola dos macacos, foi declarada Emergência Internacional de Saúde Pública pela Organização Mundial de Saúde e já causou mais de 40 mil casos desde que o vírus saiu das regiões do continente africano onde costumava ser endêmico.
A doença pode ser transmitida por contato pessoal e íntimo, como beijo, abraço e relações sexuais, por contato com feridas, crostas ou fluidos corporais, e também por secreções respiratórias durante contato pessoal prolongado.
Os sintomas podem incluir lesões na pele, febre, dor no corpo e dor de cabeça, entre outros. Pessoas com esses sintomas devem procurar os serviços de saúde para terem acesso à testagem.
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