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Estudo revela que utilizar GPS desliga áreas do cérebro

A pesquisa contou com 24 voluntários cujos cérebros foram analisados enquanto "circulavam" por uma simulação digital de um bairro de Londres

GPS: quando os voluntários não se valiam de um sistema de navegação por satélite, seu hipocampo e o córtex pré-frontal tinham picos de atividade quando entravam em novas ruas (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
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EFE

Publicado em 21 de março de 2017 às 16h16.

Londres - A utilização do Sistema de Posicionamento Global, mais conhecido como GPS , para chegar a um destino desliga áreas do cérebro que seriam ativadas para simular diferentes rotas caso o indivíduo não se valesse do sistema de orientação via satélite, afirmou nesta terça-feira um estudo publicado na revista "Nature".

A pesquisa, realizada pela University College de Londres, no Reino Unido, contou com 24 voluntários cujos cérebros foram analisados enquanto "circulavam" por uma simulação digital do bairro de Soho, na capital britânica.

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Os analistas analisaram sua atividade no hipocampo, uma região do cérebro relacionada com a memória e a navegação, e o córtex pré-frontal, outra região encarregada do planejamento e da tomada de decisões.

Assim, os cientistas puderam observar que, quando os voluntários não se valiam de um sistema de navegação por satélite, seu hipocampo e o córtex pré-frontal tinham picos de atividade quando entravam em novas ruas.

Esta atividade cerebral aumentava ainda mais quando o número de opções era maior. Por outro lado, não se observou nenhuma mudança na atividade cerebral quando os voluntários seguiam as instruções do GPS.

O estudo também revelou que ao passar por lugares em que várias ruas convergem, a atividade melhora no hipocampo, enquanto esta quase não apresenta variação quando o objeto de estudo entra em um beco sem saída.

Um dos autores, o professor de psicologia Hugo Spiers, explicou que os resultados de sua observação comprovam que "quando a tecnologia está nos dizendo aonde temos que ir, estas partes do cérebro não respondem diretamente".

"Nosso cérebro desliga o interesse nas ruas que nos cercam", afirmou o professor.

Além disso, a equipe analisou a rede de ruas de outras grandes cidades do mundo para averiguar em quais era mais fácil se orientar.

Assim, os estudiosos analisaram, por exemplo, que enquanto Londres é uma das cidades mais complicadas neste sentido, Manhattan requer muito menos esforço mental por seu formato de ruas retas.

Experimentos anteriores realizados pela mesma universidade mostraram que o hipocampo dos taxistas de Londres se expandia na medida em que eles memorizavam as ruas e paisagens da capital britânica.

Por outro lado, os motoristas que utilizavam o GPS não apresentavam melhora neste aspecto, limitando assim seu conhecimento das ruas da cidade.

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